Osama Bin Laden












No ano de 1957, aconteceu o nascimento de mais um dos filhos do milionário da construção civil saudita Mohammed Bin Laden. Usamah Bin Muhammad Bin Àwad Bin Landi era o décimo sétimo filho de uma prole extensa que vivia entre as mais abastadas famílias da Arábia Saudita. Usamah poderia ter sido mais um dos desconhecidos magnatas orientais que passavam a vida ostentando sua própria riqueza. No entanto, outros caminhos foram trilhados por aquele jovem que passou a ser conhecido como Osama Bin Laden.

Durante a infância, o pequeno Osama viveu cercado pela criadagem e dificilmente esteve na companhia de sua mãe. Os irmãos costumavam rejeitá-lo e o pai impunha uma educação severa voltada para a formação de uma prole de homens determinados. Aos dez anos de idade, Bin Laden perdeu o pai e foi obrigado a viver com uma mãe que pouco conhecia. No início dos anos de 1970, foi mandado para o Líbano para completar o ensino médio.

Fora das restrições dos parentes, Osama viveu uma fase cercada de libertinagens regadas a uísque, carros luxuosos, boates e prostitutas. Com o estouro da guerra civil no Líbano, foi obrigado a retornar para a Arábia Saudita onde ingressou no curso de Engenharia da Universidade de King Abdul. De acordo com alguns de seus biógrafos, Bin Laden arrependeu-se profundamente das aventuras no Líbano e, por isso, passou a estudar fervorosamente os valores da religião muçulmana.

Nos cursos religiosos que freqüentou teve a oportunidade de conhecer Abdullah Azzam, um dos mentores da organização terrorista Al Quaeda. Nessa época, Azzam sugeriu que seu jovem aluno conhecesse os líderes muçulmanos que resistiam contra a invasão soviética ao Afeganistão. Ao ver o fervor religioso daqueles que se empenhavam contra a ação comunista, Osama Bin Laden convenceu-se de que deveria participar ativamente da guerrilha religiosa muçulmana.

Guarnecido pela imensa fortuna deixada pelo pai, Bin Laden começou a dedicar altas quantias ao financiamento dos guerrilheiros afegãos. Entre outros feitos, Bin Laden construiu alguns campos de treinamento militar destinados à preparação de novos guerrilheiros muçulmanos. Esses campos ganharam o nome de Al Qaeda, que em árabe significa “a base”. Em 1989, com o fim dos conflitos afegãos, Osama Bin Laden retornou para a Arábia Saudita, mas não interrompeu suas atividades.

Dois anos mais tarde, com a invasão de Sadam Hussein ao Kuwait, Bin Laden tentou se aproximar do rei saudita para que fosse responsável pela proteção militar do país. Seu gesto voluntarioso, manifestado em uma carta, foi discretamente rejeitado pelas autoridades de seu país que preferiram se aliar aos Estados Unidos. Inconformado, Osama resolveu aproximar-se dos diversos líderes fundamentalistas espalhados pela Arábia Saudita.

O apoio dado pelas lideranças religiosas radicais foi suficiente para que uma multidão de mais de quatro mil muçulmanos participassem da “guerra santa” de Bin Laden. Seu grupo terrorista se disseminou em países vizinhos e a base de ação militar-religiosa foi consolidada no Sudão. Após o fim da Guerra do Golfo, a primeira rixa com os Estados Unidos ganhou forma, já que a superpotência – apoiada pelo governo nacional – fixou bases militares na Arábia Saudita.

No dia 29 de dezembro de 1992, o Gold Minor Hotel sofreu um atentado a bomba por supostamente abrigar um grupo militar norte-americano. A ação foi bem sucedida, mas não foi suficiente para encerrar a fúria contra o imperialismo do Tio Sam. Um ano mais tarde, Ramzi Yousef – terrorista ligado à Osama Bin Laden – explodiu uma bomba no World Trade Center, fazendo seis vítimas fatais. Pressionado politicamente, o governo saudita cancelou a cidadania de Bin Laden.

Inconformado com aquele gesto de subserviência política, Osama respondeu com um carro-bomba que foi pelos ares na cidade de Riad, capital da Arábia Saudita. Logo em seguida, o Sudão se viu obrigado a enxotar o terrorista de suas fronteiras. Mais uma vez enfurecido pelo poder de intervenção norte-americano, Bin Laden mudou-se para o Afeganistão e divulgou uma declaração de guerra contra os Estados Unidos da América.

A ida para o território afegão caiu como uma luva para os interesses de Bin Laden. O país era politicamente controlado pelos talibãs, grupo radical islâmico que via com bons olhos a ação terrorista de Osama. A recepção amistosa do governo afegão foi retribuída com um vultoso suporte financeiro e a criação de forças paramilitares fiéis ao regime. A essa altura, os serviços de inteligência dos Estados Unidos e de outras nações árabes começaram a caçada contra Osama Bin Laden.

Enquanto isso, o bem articulado terrorista planejou dois atentados terroristas contra o seu inimigo número um. Em 1998, as embaixadas norte-americanas do Quênia e da Tanzânia sofreram com os atentados a bomba de Bin Laden. Em reposta, as poderosas forças militares estadunidenses bombardearam um dos campos de treinamento de Osama. Entretanto, a tentativa de retaliação não teve efeito, pois o centro terrorista estava praticamente desativado.

Depois disso, Osama Bin Laden resolveu dar prosseguimento a um ambicioso plano que buscava atacar importantes alvos no interior dos territórios norte-americanos. Gastando quase meio milhão de dólares para o recrutamento de um grupo de quinze terroristas, a Al Qaeda comandou o maior ataque terrorista já observado no mundo. No dia 11 de setembro de 2001, dois aviões civis foram seqüestrados e lançados contra as torres gêmeas do World Trade Center, um dos símbolos da supremacia econômica dos EUA.

O maior atentado de todos os tempos foi noticiado em tempo real por diversas redes de comunicação do mundo e Osama Bin Laden passou a ser o homem mais procurado do planeta. A partir de então, as grandes potências capitalistas passaram a encabeçar uma guerra contra um inimigo que não tem forma, nem lugar: o terrorismo. Até hoje, notícias vagas e imprecisas contam sobre possíveis atentados e o incógnito esconderijo do maior terrorista da atualidade.DOWNJÁ
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