Entendendo os Mapas

Os mapas são um instrumento essencial aos estudos geográficos. Servem para visualizar e explicar a localização dos fenômenos na superfície terrestre. Uma das primeiras preocupações da geografia é a localização dos fenômenos e atividades.

Um mapa contém vários elementos. Os principais deles são o título, os símbolos ou convenções, a escala, o indicador de direção e as linhas (paralelos e meridianos).

O título é o nome do mapa, normalmente aquilo que ele retrata.

Os símbolos são as convenções cartográficas, ou seja, desenhos especiais que representam elementos do mapa.

A legenda é a explicação a respeito do significado de cada símbolo que existe no mapa.

A escala é a proporção, ou relação numérica entre o mapa e a realidade que ele representa. Existem as escalas gráfica e numérica e uma boa parte dos mapas possui ambas.

Uma escala numérica (ou fracionária) é aquela que mostra a relação entre dois números. A escala gráfica é representada por meio de um desenho ou um gráfico que mostra mais diretamente as distâncias no mapa.

Dizemos que uma escala é grande quando o seu denominador é um número considerado pequeno para a cartografia e que uma escala é pequena quando o seu denominador é um número considerado grande. Vemos, portanto que o tamanho da escala é inversamente proporcional ao tamanho do denominador, isso porque quanto maior for o denominador, menores serão os detalhes da área mapeada, e vice-versa.

O indicador de direção, que existe em quase todos os mapas, aponta para o norte. Dessa forma, ele permite que se encontrem todos os demais pontos cardeais e também os outros pontos de orientação. É muito comum esse indicador de direção apontar para o alto do papel no qual se encontra o mapa, mas não necessariamente isso deve sempre ocorrer. Muitas vezes, ele pode estar na parte de baixo do papel, à esquerda etc.

As linhas que, em geral, existem nos mapas são os paralelos e os meridianos, linhas imaginárias que permitem localizar com precisão qualquer ponto na superfície terrestre a partir de sua latitude e longitude. Os paralelos são linhas (ou melhor, círculos) que cortam o globo terrestre paralelamente ao equador. Os meridianos são linhas menores (meios círculos) que cortam a Terra no sentido inverso aos paralelos. Eles vão do Pólo Norte ao Pólo Sul.

A partir dos paralelos e dos meridianos, estabeleceram-se as coordenadas geográficas, que são a latitude e a longitude. A latitude é a distância medida em graus, que vai de um ponto qualquer até o equador. A longitude é a distância, também medida em graus, que vai de um ponto qualquer até o meridiano de Greenwich.

A latitude e a longitude exatas de um ponto nos permitem, com precisão, determinar sua localização horizontal na superfície terrestre.

Existe também a localização vertical desse ponto, que é a sua altitude. A altitude significa a altura de um ponto em relação ao nível médio do mar. Também a profundidade faz parte da dimensão vertical de um lugar, mas é normalmente utilizada em estudos de alguns recursos naturais (água subterrânea, minérios etc.).

Para elaborar um mapa é necessário ter informações sobre a área a ser mapeada e os fenômenos a representar. Essas informações podem ser obtidas através de levantamentos, pesquisas de campo, consultas de dados estatísticos e, principalmente, através do sensoriamento remoto.

Existem vários tipos de mapas.Temos como exemplo:

1 - As plantas (mapas com escala muito grande);

2 – As cartas (mapas com elevado grau de precisão);

3 - O planisfério (mapa-múndi);

4 – Os mapas de base (contém elementos básicos e não aprofundam um tema específico);

5 – Os mapas temáticos (mapas voltados para representar um tema específico);

6 – O mapas políticos (representam as divisões político-administrativas);

7 – Os mapas físicos ou hipsométricos (representam altitudes de uma área);

8 – Os mapas históricos (representam o passado de uma determinada região);

9 – Os cartogramas (mapas ou esboços de mapas que procuram representam algum fenômeno).

Existem ainda os mapas mentais, que na realidade são esboços que representam a visão que uma pessoa tem sobre determinado lugar.


Atualmente, há um novo tipo de mapa, que é o mapa digital (aquele que pode ser visualizado no computador). Esse tipo de mapa é muito comum nos sistemas de informações geográficas (SIGs), no entanto, esse sistema não consiste apenas em uma séries de mapas, mesmo que interativos, e sim em um sistema completo de coleta e utilização prática e utilização prática dessas informações com um determinado objetivo. É, portanto, uma forte ferramenta de auxílio para os trabalhos geográficos.

O mapa é um instrumento de comunicação e de conhecimento. Ele possui uma série de informações sobre a área mapeada, é preciso, portanto, saber “ler”, e tirar conclusões a partir destas informações.

Um mapa físico ou hipsométrico (que retrata altitudes) trata dos aspectos físicos de determinada área. Não se trata de um cartograma, pois possui indicador de direção, paralelos, meridianos e escala.

Um mapa temático é aquele que trata de algum tema específico. Normalmente trata-se de cartogramas, pois muitas vezes, não contém linhas imaginárias, nem mesmo escalas, afinal seu objetivo não é demonstrar distâncias, e sim a distribuição geográfica de determinado fenômeno. No entanto, muitas vezes, a correlação de mapas físicos e temáticos são muito úteis para a representação de alguns fenômenos.

Assim como todo conjunto de informações, mapa é sempre seletivo, pois como é impossível demonstrar de uma só vez todos os fenômenos existentes em uma área, determinados fatos são escolhidos, em detrimento de inúmeros outros, de acordo com o objetivo a ser alcançado.

Uma idéia usual e equivocada é aquela segundo a qual os mapas devem ter o norte na parte superior do papel e que a Europa deve sempre estar no centro do mapa. No entanto, já que o mapa é a representação de uma determinada área, como se ela estivesse sendo vista de cima para baixo, qualquer mapa pode ter qualquer ponto de orientação na parte de cima da folha.

A tradição de se colocar a Europa na parte central na maioria dos mapas da superfície terrestre também se deve ao europeu, que foram os primeiro a confeccionar esse tipo de mapa e colocaram seu continente na parte central. Alguns países como a China e os Estados Unidos já modificaram essa tradição, colocando seus países na parte central. No entanto, os mapas não são melhores ou piores de acordo com seu centro. O importante é estar atento a todas as visões, para assim ter uma visão mais real da superfície terrestre.

Como vimos, Arno Peters (contemporâneo às idéias de subdesenvolvimento), resgatou a projeção de James Gall, porque defendia que a projeção de Mercator privilegiava os países desenvolvidos, em detrimento dos subdesenvolvidos, ganhando assim, grande aceitação de alguns intelectuais da época, porém essa projeção foi perdendo força devido às novas configurações mundiais. No entanto, atualmente, não se acredita que a projeção Gall-Peters valorize de fato os países subdesenvolvidos, já que muitos deles se encontram no hemisfério norte, enquanto que muitos países desenvolvidos se encontram no hemisfério sul. Além disso, a imensa maioria da população mundial localiza-se no hemisfério norte, onde existe uma maior quantidade de terras emersas. Esse fato justifica o procedimento que existia e existe em alguns mapas, que enfatizam muito mais o hemisfério norte ao “cortarem” parte no hemisfério sul, a Antártida, sobre a qual, em muitos casos, os dados são irrelevantes.

Existe também o uso enganador, ou propangandístico dos mapas, no qual são privilegiadas algumas informações em detrimento de outras. Muitas vezes, esses desenhos, que têm a pretensão de mapas são propositalmente deformados para proporcionar uma falsa idéia da realidade para o leitor, como é o caso de muitos mapas utilizados em anúncios de imóveis.

Percebemos então, que os mapas, assim como qualquer outro texto, são instrumentos úteis, mas, eventualmente podem conter informações falsas ou tendenciosas, além de ter importantes informações ocultadas. Isso ocorre de acordo com o objetivo pretendido do autor do mapa.

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