Comentário Curso ANGLO SP
1) O café é considerado por muitos estudiosos como o grande responsável pelo rápido crescimento da cidade e do Estado de São Paulo a partir do final do século XIX. A produção paulista tornou-se responsável por cerca de 70% de todo mercado mundial do produto. Sobre essa presença e importância do café na economia paulista na virada do século XIX para o sécu-lo XX, não é correto afirmar que:
a) a presença de solos de composição vulcânica no interior de São Paulo, se mostrou adequada ao cultivo do café, contribuindo para seu deslocamento do Vale do Paraíba à região oeste do estado.
b) a importância da existência de um porto próximo a cidade de São Paulo (Santos), de onde se poderia escoar a produção para o resto do mundo, sem depender de outros portos distantes, ajudou a beneficiar os produtores e diminuir os custos.
c) a localização da cidade de São Paulo era estratégica, funcionando como entreposto entre a produção e o escoamento do café, de onde se poderia controlar todo o processo, concentrado nas mãos dos barões do café e de negociantes ingleses.
d) São Paulo era a maior e mais importante cidade brasileira no século XIX e, por isso, atraiu boa parte dos investimen-tos do governo imperial, principalmente no cultivo do café.
e) a expansão do café em uma nova fronteira teve o comando de grandes plantadores que, junto com o governo, atraíram imigrantes, investimento em ferrovias e incorporação de maquinário moderno.
Resposta
Resolução: A mais importante cidade brasileira do século XIX era o Rio de Janeiro, que desde 1763 era a Capital. São Paulo passa a ter notoriedade econômica no último quartel do século XIX, quando assume o papel de maior região produ-tora de café. Em função da necessidade de solos mais apropriados para o cultivo deste produto, a produção se movimenta do Vale do Paraíba fluminense para o Vale do Paraíba paulista, atingindo a região oeste de São Paulo, na chamada marcha do café.
2) "A proposta dos organizadores dos Jogos Olímpicos de Atenas é mostrar ao mundo uma cidade que mistura história e herança cultural à nova face da Europa. O Estádio Panathinaikon (...) construído no século IV a C., há 106 anos foi sede dos primeiros Jogos da Era Moderna. Em 2004 receberá as competições de arco e flecha e a chegada da maratona." ("Passado e presente se encontram em Atenas", In: O Estado de S. Paulo, Caderno de Esportes, 12/01/2003)
Nesse texto, vemos que a idéia dos Jogos Olímpicos de Atenas é juntar a antiga civilização grega à Grécia do século XXI. Isso implica trazer aos dias de hoje momentos históricos distintos, com concepções diferentes de disputa esportiva: a Grécia antiga e a Europa do final do século XIX. Sobre essas concepções e períodos históricos podemos afirmar que:
a) os gregos e posteriormente os romanos, organizavam os Jogos Olímpicos como um festival de disputa meramente esportiva entre países da Ásia Menor, que compunham a civilização helênica. Esse mesmo sentido esportivo foi resgatado pelo barão de Coubertin em 1906, como uma tentativa de congregar os países europeus em torno da idéia de uma Europa unida sob os ideais greco-romanos.
b) os Jogos Olímpicos surgiram na Grécia Arcaica e congregavam várias cidades-estado, como parte de grandes festivais religiosos, cuja idéia de disputa era um ritual central na cultura grega. Essa idéia foi retomada em 1896, no período da segunda Revolução Industrial. O esporte era visto então, como uma forma de recondicionamento dos corpos, exigido pela nova civilização mecânica e se tornou uma competição cada vez mais acirrada, com quebra de recordes.
c) os Jogos Olímpicos foram organizados inicialmente pela cidade-estado de Esparta, como forma de demonstrar a superioridade moral e física dos espartanos em relação a outras cidades-estado. Em 1896, o barão de Coubertin retomou essa idéia, retirando essa visão de disputa e tendo como lema, "o importante é competir", unindo todos os povos do mundo sob o ideal olímpico.
d) os Jogos Olímpicos tem um fundo mitológico sem comprovação de sua existência real. Os esportes eram vistos pelos gregos como uma disputa entre deuses e semi-deuses no Monte Olimpo. Essa mitologia foi retomada no final do século XIX com a intenção de promover um resgate da cultura clássica e diminuir as tensões entre vários países europeus em disputa por território.
e) embora os Jogos Olímpicos tenham sido criados na Grécia, eles somente ganharam notoriedade na Alemanha nazista, onde foram popularizados e difundidos para o restante do planeta. Para os nazistas, os Jogos eram a grande oportunidade de congregar os povos em torno da liderança política de Hitler.
Resposta: B
Resolução: Criados como parte dos festivais culturais e religiosos do mundo grego antigo, os Jogos Olímpicos realizaram-se regularmente até o século IV a.C., quando foram abandonados, em razão do fortalecimento do cristianismo, que rejeitava seus aspectos pagãos. Retomados a partir de 1896 como uma competição entre nações, gradualmente foram perdendo seu caráter amador. Entre as décadas de 1950 e 1970, expressaram a rivalidade da Guerra Fria. Atualmente aderiram ao profissionalismo, em várias modalidades.
3) Em setembro de 2003, Israel atacou a Síria, sob o pretexto de atingir supostos acampamentos de treinamento da Jihad Islâmica. Esse ato reavivou um antigo conflito entre Israel e Síria, que também envolveu outros países do Oriente Médio. De que guerra estamos falando?
a) Guerra do Líbano, quando Israel invadiu esse país em 1982, com o objetivo de destruir o quartel-general da OLP, que lutava contra a ocupação da Palestina. Israel se retirou em 1985, mas manteve o controle de uma faixa no sul do Líbano.
b) Guerra do Yom Kipur (dia do perdão) em outubro de 1973. Neste conflito, Israel foi surpreendido e derrotado por tropas da Síria, Irã e Iraque, que tentavam retomar partes de seu território invadidas por Israel.
c) Guerra dos Seis Dias, quando Israel, com objetivo expansionista, atacou o Egito, Síria e Jordânia em junho de 1967. Neste conflito, Israel anexou a península do Sinai, Faixa de Gaza, Cisjordânia, Colinas de Golã e Jerusalém Oriental.
d) Guerra do Irã. Nesse episódio sangrento, Israel invadiu a Síria para ter acesso ao Irã. Após anos de combate, foi estabelecido um governo neutro nesse país até a ascensão do Aiatolá Khomeini.
e) Guerra Sírio-Israelense em 1963. Nesse conflito, Israel invadiu o sul da Síria para ter controle de áreas petrolíferas. Após a retirada em 1973, os israelenses mantiveram o controle das Colinas de Golã.
Resposta: C
Resolução: O recente ataque israelense a parte do território sírio reavivou o antigo conflito entre os dois países - a Guerra dos 6 Dias. Durante essa guerra, ocorrida em 1967, Israel atacou e anexou partes dos territórios da Síria (colinas de Golã), da Jordânia (Cisjordânia) e do Egito (Faixa de Gaza e Sinai); além disso, já tendo sob seu domínio a porção ocidental de Jerusalém, (desde 1949), ocupou a porção oriental dessa cidade, na época sob controle da Jordânia. Desde então o domínio israelense sobre diversas dessas áreas se ampliou, inclusive com a instalação de colônias, o que contribuiu para o acirramento dos conflitos entre árabes e judeus.
4) Nas décadas de 1960 e 1970 a América do Sul assistiu a uma onda de golpes militares. Apesar de ser uma região tradicionalmente dominada por governos autoritários, a presença de governos militares era um fato novo na política do continente. O surgimento e a difusão destes movimentos faziam parte de um mesmo fenômeno e tinham uma mesma raiz, apesar das peculiaridades regionais. Aponte qual das alternativas não corresponde a esse momento histórico.
a) O Brasil foi o país que iniciou essa onda em 1964, seguido por um golpe no Peru em 1968, Bolívia em 1971, Chile e Uruguai em 1973 e Argentina em 1976. Todos esses países foram governados por generais ou juntas militares.
b) Esses movimentos eram fruto do período da Guerra Fria, quando os Estados Unidos, temerosos de que a Revolução Cubana se espalhasse pelo continente, apoiou movimentos militares contra governos de esquerda ou populistas.
c) Após anos de lutas internas a grande maioria desses regimes começou a desmoronar nos anos 1980, depois um período de grave crise econômica e em um contexto internacional desfavorável, com a perda do apoio dos Estados Unidos.
d) Com exceção da Argentina, onde o general Jorge Rafael Videla foi eleito presidente no início dos anos 1990, os militares se afastaram definitivamente da vida política após o fim desses regimes.
e) O custo social das ditaduras foi alto, com grande número de mortos e desaparecidos na luta contra os regimes, principalmente na Argentina e no Chile onde a repressão foi mais brutal.
Resposta: D
Resolução: Realmente, nas décadas de 1960 e 1970, a América do Sul assistiu a uma onda de golpes militares. No entanto, diferentemente da afirmação da alternativa d, na Argentina o golpe foi dado por uma junta militar liderada pelo General Jorge Rafael Videla em 1976, contra o governo de Isabelita Peron. O general Videla se manteve no poder até 1981, quando foi substituído pelo general Viola, que foi deposto pelo General Leopoldo Galtieri. A democratização no país só foi alcançada em 1983, com a eleição do presidente Raul Afonsin.
4) "As vanguardas artísticas do início do século apostaram pesado na vitória da racionalidade, do maquinismo, da transformação da sociedade num gigantesco autômato auto-regulado, em que a arte, a técnica e a vida se fundiriam numa unidade revitalizadora. (...) Mas a técnica derivada da razão instrumental, apropriadora, planejadora, ao invés de libertar, sub-metera os homens ao império da máquina genocida, dotada de uma capacidade destrutiva sem precedentes." (SEVCENKO, Nicolau In: Oliveira, R. et all. Pós modernidade, Campinas: Editora da Unicamp, 1988, p. 47, 48)
Nesse texto, o autor fala sobre as esperanças e frustrações dos principais movimentos artísticos do início do século XX com os acontecimentos que marcaram o mundo na primeira metade do século. A quais movimentos artísticos e acontecimentos históricos se refere o texto?
a) Movimentos modernistas, como o Cubismo, Dadaísmo, Futurismo e Surrealismo, que além de definir e explorar novas fronteiras da arte, tinham um forte cunho político e uma visão positiva do futuro e da tecnologia. Após a Primeira Guerra Mundial e o surgimento do nazi-fascismo que culminou na Segunda Guerra Mundial, muitos artistas se sentiram traídos e atônitos com a carnificina em escala inédita.
b) Nas primeiras décadas do século XX houve o surgimento de uma série de movimentos artísticos ligados a grupos judeus que trabalhavam com a questão da tecnologia. O surgimento de Hitler e a morte em massa de judeus nos campos de concentrações liquidou a maioria desses grupos antes da Segunda Guerra Mundial e acabou com a esperança dos remanescentes.
c) O início do século viu surgirem movimentos artísticos conhecidos como Pop Art, Minimal Art e Arte Cinética. O uso das novas tecnologias proporcionadas pela Segunda Revolução Industrial trouxe um clima de euforia com o futuro. Essa euforia teve um fim com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e seu uso da tecnologia como forma de extermínio.
d) O movimento que dominou as artes plásticas e influenciou a literatura foi o Realismo, que tinha uma visão politizada da sociedade do início do século XX. As lutas políticas na Europa, entre comunismo e nazi-fascismo, dividiram os integrantes
do movimento, que participaram ativamente da Segunda Guerra Mundial.
e) Vários artistas se reuniram em torno do grupo conhecido como Arte Degenerada, que combatia a arte clássica do sécu-lo XIX, vista como ingênua e alienada. Esses artistas combateram a ascensão de Hitler ao poder. Em 1937 o regime nazista promoveu uma queima em praça pública de vários trabalhos de artistas desse grupo.
Resolução:SEM, RESPOSTA
A questão se equivoca ao generalizar uma visão positiva da tecnologia a todas as vanguardas do início do século XX. O dadaísmo, especificamente, era marcado por contestar a racionalidade e o maquinismo. A obra "Roda de Bicicleta", de Marcel Duchamp, é um marco dessa concepção, presente no seguinte trecho do texto de Nicolau Sevcenko: "[a tecnologia] submetera os homens ao império da máquina genocida."
5)
IMAGEM DE NAPOLEAO
"Consagração do Imperador Napoleão I e Coroação da Imperatriz Josefina na Catedral de Notre-Dame de Paris, em 2 de Dezembro de 1804." 1806 e 1807, óleo sobre tela, 523 ×715cm
Museu do Louvre, Paris, França
Em 25 de agosto de 2003 o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado inaugurou a exposição Napoleão, que trouxe ao Brasil peças de roupa, objetos, quadros, cartas e móveis (originais ou reproduções) que todas jun-tas, num excelente trabalho cenográfico, buscam nos dar um panorama da vida e do Império que este personagem históri-co, Napoleão Bonaparte, construiu de 1799-1815. O quadro acima reproduzido, de Jacques Louis David, e mais todo o material museográfico trazido para a exposição de Napoleão no Brasil, nos faz afirmar que
a) a importância desse personagem se deve ao fato de ter mantido a França revolucionária em paz, e de ter permanecido como um simples cidadão, realizador dos desejos do povo.
b) seu mito foi construído em vida, e pelas próprias mãos de Napoleão, sempre preocupado em se colocar como o único e verdadeiro representante do poder francês, assim como em provar, à França e ao mundo, a sua superioridade diante de tudo e de todos, inclusive da própria igreja católica.
c) Napoleão, aos moldes dos reis taumaturgos franceses, foi coroado na catedral de Notre-Dame, passando por toda a sagrada cerimônia que era composta: pela unção do santo óleo, o toque das escrófulas, e a coroação pelas mãos da santa madre igreja.
d) juntamente com personagens revolucionários como Robespierre e Danton, Napoleão governou a França em seu pior momento, o período do terror, porém teve melhor sorte pois não padeceu na guilhotina como traidor do povo, e sim na batalha de Waterloo contra os ingleses.
e) diante do quadro político e econômico vivido na França no início do século XIX, somente um homem oriundo e eleito pelo povo, de forma direta, poderia colocar, como colocou, esta nação numa rota de crescimento e progresso, depois de dez anos de inferno revolucionário.
Resposta:
Resolução: A bela exposição "Napoleão" nos agraciou com peças que possibilitaram visualizar a construção de um mito que, com a anuência da burguesia, tornou Napoleão Bonaparte uma personagem superior a outras personagens ou instituições do
período. No quadro de Jacques Louis David, por exemplo, Napoleão é apresentado coroando a Imperatriz Josefina, apesar da presença do Papa católico.
6) "Natureza edênica, humanidade demonizada e colônia vista como purgatório foram as formulações mentais com que os homens do Velho Mundo vestiram o Brasil nos seus três primeiros séculos de existência." (SOUZA, Laura de Mello e. O diabo e a terra de Santa Cruz, São Paulo: Cia das Letras, 1987, p. 85.)
Desde a chegada das primeiras caravelas ao litoral brasileiro, o Brasil foi a terra dos estrangeiros. Para cá vieram colonos portugueses, escravos africanos, e no século XIX uma leva de imigrantes de todas as partes do mundo. A forma como esses estrangeiros enxergavam e sentiam a nova terra mudava de grupo para grupo. Quanto a essas visões é possível dizer que
a) para os colonos portugueses o Brasil seria a terra das oportunidades, o paraíso; para os negros africanos o purgatório, o lugar para pagar por pecados cometidos na África e para os imigrantes do século XIX expulsos de sua terra, a identificação do próprio inferno.
b) para os colonos portugueses o Brasil era como um lugar de passagem, o purgatório; para os negros africanos o Brasil era a terra das oportunidades, da liberdade, e para os imigrantes do século XIX, expulsos de sua terra, a chegada ao próprio inferno.
c) para os colonos portugueses o Brasil era um lugar de passagem, o purgatório, para depois retornar ao paraíso, Portugal; para os negros africanos o Brasil era identificado com o inferno, o mundo da escravidão, e para os imigrantes do século XIX a terra das oportunidades, um possível paraíso.
d) para os colonos portugueses, expulsos de sua terra natal, o Brasil era o próprio inferno, para os negros africanos o pur-gatório, o lugar para pagar por pecados cometidos na África, e para os imigrantes do século XIX a terra das oportunidades.
e) para os colonos portugueses o Brasil era um lugar de passagem, o purgatório, para depois retornar ao paraíso, Portugal; para os negros africanos o Brasil era a terra das oportunidades, da liberdade, e para os imigrantes do século XIX o Brasil também era visto como o lugar das oportunidades e da fartura, um possível paraíso.
Resposta: C
Resolução: Ainda que o trecho utilizado no enunciado faça referência aos três primeiros séculos de existência do Brasil, a pergunta se extende até o século XIX. Além disso, enquanto o excerto apresenta uma abordagem de história das mentalidades, a questão é sobre como os estrangeiros (português, africano e imigrante europeu) sentiam concretamente a experiência do viver em terras brasileiras. Sendo assim, o texto da historiadora Laura de Mello e Souza é útil apenas por apresentar os temas do paraíso, do purgatório e do inferno, que são resgatados na alternativa correta nos sentidos presentes no senso comum: inferno para o negro devido ao cativeiro; purgatório para o português porque havia o sonho do retorno a Portugal; paraíso para o imigrante devido às supostas oportunidades. Vale lembrar que esses dois últimos são questionáveis, pois não era regra entre os portugueses que aqui aportaram o desejo
de voltar à Europa e, não há dúvidas, muitos imigrantes estiveram mais próximos do inferno nas terras brasileiras.
7) "A diretora (Leni Riefenstahl) usou seu extraordinário talento para realizar filmes - documentários, principalmente - que celebraram o regime nazista. Escapou à condenação do tribunal de Nuremberg, que julgou os nazistas, após a derrota na Segunda Guerra Mundial, mas não escapou à condenação moral de críticos e historiadores. O que o cinema de Leni coloca é a questão do engajamento do artista. Além de engajada, ela estava do lado errado, do "mal". Seus grandes filmes deveriam provocar asco, não admiração. O Triunfo da Vontade, sobre o congresso do Partido Nazista em Nuremberg; Olimpíadas, sobre os Jogos Olímpicos de 1936, realizados em Berlim e programados para ser uma afirmação do homem ariano. Como esquecer o comprometimento de Leni com o regime nazista e seu sanguinário ditador?"
(Luiz Carlos Merten. "Morre a deusa imperfeita do regime nazista", In O Estado de São Paulo, Caderno 2, 10/09/2003)
A morte de Leni Riefenstahl no dia 8 de setembro de 2003, aos 101 anos de idade, reavivou, nos jornais do mundo todo, a polêmica sobre seu trabalho de cineasta oficial do Partido Nazista na década de 1930. Tal polêmica se deve à forte estética nazista existente em seus filmes, e à sua eterna afirmação de não compactuar com as mesmas opiniões do partido. Essa discussão ainda hoje vive pois o nazismo se caracterizou entre outras coisas:
a) pelo uso abusivo de imagens violentas e sangrentas, e da música clássica, em suas propagandas, como forma de con-quistar a massa para a causa nazista.
b) por uma larga produção cinematográfica que deu origem, entre outras tendências, ao chamado cinema expressionista alemão, cujo seu maior exemplo é o filme O gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene, (1919).
c) por ter usado como forma de arrebanhar a população alemã o discurso da igualdade entre os povos, do perdão aos que lhes impuseram o Tratado de Versalhes e a socialização das terras alemãs.
d) pela megalomania de seus encontros nacionais, retratados no filme O triunfo da vontade, de 1934, onde a figura do Führer era chamada a todo instante para defender a superioridade alemã e um tratado de paz com os aliados.
e) pelo uso da propaganda como forma de alcançar o coração do povo alemão, para tanto usou e abusou de símbolos, como a suástica e a águia, da figura e do discurso do Führer, da floresta de estandartes e dos soldados em marcha.
Resposta: E
Resolução: A utilização em larga escala da propaganda foi uma das caraterísticas do regime nazista, planejada e colocada em prática principalmente pelo ministro da propaganda, Joseph Goebbels, além do próprio Adolf Hitler. O jogo de imagens, sons e de efeitos plásticos em geral, ampliado e difundido pelos meios de comunicação de massa (como rádio e cinema), acabava por concretizar o projeto nazista de sedução das massas.
"O ataque mais devastador já ocorrido contra um prédio da ONU chocou os funcionários na sede da entidade, em Nova York, levando alguns às lágrimas. O atentado com um caminhão-bomba ocorreu na terça-feira em Bagdá e matou o chefe
da missão da ONU no Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, e pelo menos 15 subordinados dele. As bandeiras dos 191 países da ONU, que enfeitam a fachada da sede em Manhattan, foram retiradas. Ficou só o pavilhão azul e branco da ONU, a meio-mastro, em sinal de respeito pelos mortos." ("Morte de Vieira de Mello repercute no mundo", In Terra - 19/08/2003)
A morte do representante especial da ONU no Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, chocou o mundo pela violência do atentado e pela clara demonstração de que a ONU, apesar de seu papel humanitário, não é vista com bons olhos por todo o povo iraquiano. Esse fato nos faz lembrar que
a) a ONU foi fundada em plena Segunda Guerra Mundial, como forma de evitar que mais judeus sofressem perseguição e morte nos campos de concentração.
b) a ONU foi fundada em 1919, depois da Primeira Guerra Mundial, na tentativa de evitar um novo embate como o vivido entre 1914-1919, porém falhou em seu intuito.
c) a ONU foi fundada após as guerras napoleônicas com o intuito de evitar que uma nova nação tentasse realizar uma
guerra de anexação, como a França de Napoleão Bonaparte.
d) a ONU foi fundada em 1945, depois da Segunda Guerra Mundial, com o intuito de fomentar a paz e os direitos humanos
entre as nações.
e) a ONU foi fundada após a construção do muro de Berlim para evitar que mais países tivessem seus filhos, mães e pais
separados fisicamente por um muro e ideologicamente por blocos políticos.
Resolução:d
As discussões para a criação da ONU foram realizadas entre abril e junho de 1945 na cidade de São Francisco (EUA). Em
24 de outubro do mesmo ano, a organização começou a funcionar oficialmente. Entre seus princípios estão as discussões
multilaterais na busca pela manutenção da paz e dos direitos humanos no mundo. No entanto, o recente atentado que a
ONU sofreu no Iraque demonstrou que, para alguns grupos, ela não seria um organismo internacional verdadeiramente
representativo.
O nordeste brasileiro enfrentou no início da República duas importantes manifestações populares: Canudos e o Cangaço.
Tais movimentos trouxeram muitos incômodos ao governo republicano, aos coronéis e também à igreja católica. Sobre esses
movimentos e o governo que atuou sobre eles é possível dizer que
a) Canudos e o Cangaço foram reações populares, sem fins políticos, a um governo recém implantado e ausente, quanto aos
problemas existentes no nordeste do final do XIX e início do XX. Vale lembrar que esses movimentos acabaram por for-mar
uma espécie de pequenos "governos" dentro da República Brasil, uma vez que possuíam leis e regras próprias e igno-ravam
as ordens republicanas.
b) o governo negociou com esses grupos através de enviados, como foi o caso de Euclides da Cunha em Canudos, porém tais
negociações, apesar de todo os esforços do governo, encontraram uma grande resistência por parte dos sertanejos que
estavam dispostos à guerra para derrubar o governo republicano.
c) Lampião, Antonio Conselheiro e Padre Cícero encabeçaram esses grupos, liderando uma ação organizada contra o gover-no
republicano, já que este se colocava alheio aos graves problemas enfrentados pelo nordeste desse período. Vale lem-brar
que esses personagens padecem ao final de morte violenta pelas mãos republicanas.
d) os movimentos possuíam um cunho monarquista, e atuavam como defensores da moral perdida pela chegada do novo
regime republicano. Tal atitude levou o governo de Prudente de Moraes a tomar medidas drásticas, como no caso de
Canudos, onde expedições do exército foram realizadas até retirá-la de vez do mapa.
e) com Canudos o governo atuou de maneira mais condescendente uma vez que percebeu serem sertanejos pobres e despro-vidos
de bens e armas, por isso ao final da guerra fechou um acordo dando a esses sertanejos pequenos pedaços de terra
a título de reconstrução de suas vidas. Já com os cangaceiros não houve acordo, o governo colocou suas cabeças a prêmio,
e assim eles foram entregues.
Resolução:a
Resultantes tanto da conjuntura socio-econômica - marcada pela concentração fundiária e a decorrente concentração da
renda - quanto do reforço do poder dos "coronéis" com o advento da República, o arraial de Canudos e o Cangaço surgi-ram
como formas de fuga do cotidiano de miséria e opressão para o sertanejo.
Como alternativas de vida, constituíram-se numa ameaça à ordem estabelecida, ou seja, à estabilidade das relações de
poder num Brasil predominantemente rural e agrário.
"As críticas e movimentos contra Getúlio Vargas cresciam. Em janeiro de 1945, os escritores mais importantes do Brasil
reuniram-se no chamado 1.äó"Congresso Brasileiro de Escritores. Neste congresso, escritores como Jorge Amado, Aníbal
Machado, Oswald de Andrade e Mário de Andrade pediam o fim da censura e completa liberdade de pensamento, ao mesmo
tempo que exigiam eleições diretas para presidente da República."
(TOTA, Antonio Pedro. O Estado Novo, São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 62.)
As pressões para a saída de Getúlio Vargas do poder se tornavam ainda mais legítimas devido ao fato
a) da eminência do fim da guerra, e da divisão do mundo em dois blocos políticos, comunista e capitalista, esse teria sido
o momento do Brasil caminhar para uma possível revolução socialista.
b) do presidente Vargas ter apoiado clara e publicamente o nazismo, mantendo contatos com Hitler e no limite enviando
judeus para os campos de concentração na Alemanha, como foi o caso de Olga Benário mulher de Luís Carlos Prestes.
c) do Brasil ter lutado na segunda guerra ao lado dos aliados e portanto contra os governos totalitários, nazi-fascistas, que
comportavam dentro de si a censura, a não eleição e a não existência de partidos.
d) do povo brasileiro claramente ter se mostrado descontente com a postura do governo diante da guerra, uma vez que era
esperado o alinhamento de Getúlio às forças nazistas, o que não ocorreu, demonstrando fraqueza nas atitudes do presi-dente.
e) do presidente ter se mostrado fraco, uma vez que colocou o Brasil num embate mundial, ao lado dos aliados, sem rece-ber
nenhum tipo de auxílio por parte dos americanos, em vez de seguir o exemplo do General Franco da Espanha e se
manter neutro diante do conflito.
Resolução:
Apesar de o gabarito oficial divulgado pelo IBMEC dar como resposta correta a alternativa c, ela também está errada. Os
governos totalitários nazi-fascistas contavam com partidos únicos, diferentemente do que é apresentado ("a não existên-cia
de partidos").
Em razão disso, como as outras alternativas também apresentam proposições erradas, não há resposta possível para a questão.
A Colômbia atravessa um dos momentos políticos mais difíceis de sua história. Sua população convive com guerrilheiros,
narcotraficantes e paramilitares que lutam entre si e contra as Forças Armadas, sentindo-se refém dentro de seu próprio
país. O medo de sair às ruas, de viajar e de seqüestros está por toda parte.
Com relação à guerrilha colombiana é possível afirmar que
a) é composta por organizações que defendem os direitos humanos, protegem os camponeses plantadores de coca e, no caso
das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), proíbem seus participantes de realizarem seqüestros.
b) as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) surgiram como luta por transformações sociais, ampliaram
sua capacidade militar e são constantemente acusadas de associação com o narcotráfico.
c) reúne organizações que perceberam as reais intenções americanas, ou seja, a disposição imperialista de domínio políti-co
e econômico sobre a Colômbia, e lutam contra a ocupação formal do território colombiano pelos norte-americanos.
d) envolve diversos grupos armados liderados única e exclusivamente por narcotraficantes, que recebem contribuições
estrangeiras, de multinacionais do primeiro mundo e de alguns governos, por exemplo a Rússia.
e) associa organizações stalinistas-trotskistas, que visam tomar o Estado colombiano, buscando, inicialmente, enfraquecer
os EUA com o tráfico de drogas e, depois, implantar um governo comunista de moldes marxistas.
Resolução:b
A partir de 1948, com a explosão de uma profunda revolta popular (Bogotazo), foram criadas as condições para o surgimento
e crescimento de grupos armados que tinham como principal reivindicação a implantação de transformações político-sociais
no país. Nas últimas décadas, dentro de um processo de crescente escalada militar, a guerrilha colombiana passou a usar o
tráfico de droga (principalmente cocaína) como fonte de capitalização, ampliando seu poder bélico e capacidade de ação. Isso
desestabilizou o país, ampliou o conflito e gerou insegurança e restrições à circulação da população civil.
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