A crise atual e o "novo Vargas"


Desde a época da monarquia o Brasil enfrenta crises. O reinado de D. Pedro II, por exemplo, foi marcado pela tentativa freqüente de manter o poder e a ordem frente à crise social que assolava o país, caracterizada pelo descontentamento de grupos sociais que pregavam a derrocada da monarquia.

Já na fase republicana o governo de Getúlio Vargas ficou especialmente marcado não apenas pelas crises que enfrentou, mas pelas medidas adotadas para combatê-las.

Quando Vargas assumiu o poder (1930), o Brasil ainda não havia se recuperado completamente da crise que prejudicou a exportação do café e da borracha e já entrava em outro tipo de crise: a das indústrias. Mais de 500 fábricas fecharam as portas e o país ficou com mais de dois milhões de desempregados.

Getúlio, então, passou a adotar medidas para resolver ou pelo menos amenizar a situação. Concedeu subsídios para as economias periféricas e a produção de bens de consumo não duráveis, como roupas e alimentos, e conteve a importação de diversos produtos, permitindo a expansão das indústrias têxteis, siderúrgicas e metalúrgicas brasileiras. Com esta medida, novas empresas foram criadas para atender a demanda nacional, gerando inúmeros empregos.

Nesse mesmo período estourou uma crise social. Como as empresas estavam de certa forma seguras, grupos urbanos começaram a reivindicar melhores condições de trabalho. A solução encontrada por Vargas foi a criação dos Ministérios do Trabalho, da Educação, da Indústria e do Comércio e a aprovação de leis que garantissem aos trabalhadores férias, previdência social e direito à organização sindical. Com suas medidas populistas, Getúlio garantiu a submissão dos trabalhadores e consolidou sua imagem como o “Pai dos Pobres”.

Entre as décadas de 30 e 50 o Brasil se transformou em um país urbanizado, industrializado e moderno, o que não o impediu de enfrentar novas crises com o passar dos tempos.

Atualmente o país tem enfrentado novas crises sociais e econômicas, e para tentar resolvê-las o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já reduziu alíquotas do Imposto de Renda, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e ampliou o prazo do seguro-desemprego. A fim de reduzir as demissões, Lula analisa, ainda, a possibilidade de diminuir a contribuição das empresas ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

O presidente também firmou uma parceria com o Banco Central visando a liberação de recursos para empresas que estão com dificuldades em se desenvolver. No início do ano o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou um aporte de R$100 bilhões para investimento em negócios que gerem empregos e lucros.

Tais medidas têm provocado a comparação entre o atual presidente e Getúlio Vargas. O próprio Lula, inclusive, já afirmou que as realizações econômicas e sociais e o projeto de país adotados por seu governo só terão comparação com o governo Vargas.

É possível que a crise seja tema de prova, tanto de questões de atualidades quanto da prova de redação. A comparação entre Lula e Vargas, porém, pode levar as bancas examinadoras a abordar o governo de Getúlio na prova de história, notadamente os aspectos relativos às medidas populistas adotadas naquela época.

Como os vestibulares estão aderindo a questões interdisciplinares, a crise também pode aparecer em questões de geografia política ou até mesmo na prova de matemática, em questões de economia.

DOWNJÁ
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