Descobrimento e Início da Colonização

Em março de 1500, o navegador português Pedro Álvares Cabral, supostamente perdido no caminho para as Índias Orientais, avistou terra. O Brasil então foi descoberto no dia 22 de abril, e Cabral aportou próximo do que hoje é a cidade de Porto Seguro, na Bahia. O escriba Pero Vaz de Caminha narrou a chegada às terras brasileiras em uma carta. Descreveu o encontro com cerca de 20 homens, castanhos de pele, todos nus, carregando arcos e flechas nas mãos. Estima-se que nossa população indígena nesta época era de aproximadamente oito milhões de pessoas.

Desde a descoberta até a colonização do Brasil, muitos anos se passaram. As três primeiras décadas pós-descoberta foram destinadas principalmente à exploração do pau-brasil, cuja madeira era utilizada para a extração de um pigmento de tinturaria. Foi essa árvore que deu origem ao nome Brasil. Eram os indígenas que forneciam a mão-de-obra para derrubar, descascar e transportar os troncos.

Somente em 1531 os primeiros colonos portugueses chegaram ao território. O rei de Portugal anunciou o povoamento do Brasil por meio da criação das capitanias hereditárias. A área foi dividida em 14 capitanias, 15 lotes e 12 donatários.
O rei praticamente abria mão de sua soberania e conferia aos donatários grandes poderes. Cabia a eles a responsabilidade de povoar e desenvolver a terra às próprias custas. Mas, devido ao tamanho da obrigação e à falta de recursos, a maioria fracassou. No final, das 14 capitanias, apenas Pernambuco teve êxito, além do sucesso temporário de São Vicente. As demais capitanias acabaram, e alguns dos donatários não só perderam seus bens como também a própria vida. Fracassado o projeto, em 1549 a Coroa portuguesa fez a segunda tentativa para controlar o território. Criou o I Governo Geral, nomeando Tomé de Souza governador, e transformou Salvador na primeira capital brasileira.

Desde o início da colonização e durante os séculos seguintes existiram grandes conflitos entre os portugueses, os indígenas e seu modo de vida. Tomé de Souza se aliou aos tupis e declarou guerra às outras etnias, escravizando os vencidos. Foi uma luta cultural e territorial. Os aventureiros bandeirantes que exploravam o interior do Brasil venceram muitos índios, e tribos inteiras foram mortas. Aqueles que escaparam inúmeras vezes acabaram atingidos por doenças provenientes da Europa, às quais não tinham resistência natural. Outros trabalharam até a morte. Já os jesuítas tinham como missão proteger fisicamente os índios dos bandeirantes, mas foram responsáveis pela destruição cultural deste povo, desrespeitando suas tradições. Criaram as chamadas missões, onde catequizavam os índios com a religião europeia e proibiam seus costumes naturais.

Duarte da Costa foi o segundo governador-geral do Brasil e consolidou o projeto de colonização, introduzindo a produção do açúcar. O produto era cobiçado por todo mercado europeu e utilizado para fins medicinais e alimentícios. No entanto, com o crescimento das plantações de cana de açúcar, o tráfico de escravos se acentuou.
Os escravos foram trazidos principalmente da África, de regiões da Angola, Moçambique, Sudão e Congo. Eram obrigados a trabalhar muitas horas por dia, não tinham boas condições de habitação e sofriam com doenças e exploração sexual. As relações sexuais entre mestres e escravos eram comuns, surgindo, assim, uma grande população mestiça. Com o tempo, muitos escravos fugiram para formar quilombos, essas comunidades de escravos rapidamente se espalharam por todo o campo. A mais famosa foi a República de Palmares, que sobreviveu por boa parte do século XVII e tornou-se o lar de cerca de 20 mil pessoas.

As riquezas naturais do Brasil atraíram também os holandeses, franceses e ingleses. Em 1555 colonos franceses desembarcaram em uma pequena ilha no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, e tentaram incorporar partes de terra a seus domínios. Alguns anos mais tarde, Mem de Sá, terceiro governador-geral, expulsou os franceses, que tinham ocupado o Maranhão e o Rio de Janeiro.

A anexação da Coroa portuguesa à espanhola, chamada União Ibérica, trouxe grandes prejuízos para o Brasil. A Holanda, antiga aliada dos portugueses, transformou-se em inimiga, atacando e ocupando grandes faixas do litoral brasileiro. Os holandeses tinham como objetivo tomar o Nordeste. Conquistaram Salvador em 1624, mas logo foram expulsos. Fundaram a Companhia das Índias Ocidentais e promoveram novos ataques e ocupações. Em 1630 conquistaram Olinda e Recife, que se tornou a capital da Nova Holanda. Então, os portugueses iniciaram uma guerra, retomaram Recife e, em 1661, os holandeses abriram mão de sua colônia no Brasil.

Novamente com todo o território sob seu controle, Portugal fez do Brasil um vice-reino e deu início à exploração do interior. Os bandeirantes que começaram como caçadores de escravos descobriram grandes minas de ouro em Minas Gerais em 1693, e de diamantes em 1721.

O ouro provocou uma enorme mudança no Brasil. Estima-se que um terço dos dois milhões de escravos trazidos para o território no século XVIII foi enviado a garimpos. Os recém-chegados se juntaram a uma população de colonos que também migrou para as jazidas. O Brasil do início deste século virou o maior produtor de ouro do mundo, riqueza que ajudou a construir cidades históricas como Ouro Preto, em Minas Gerais. Porém, o auge do ouro não durou muito. Em 1750 as regiões mineiras estavam em declínio, e começou o regresso da população à costa brasileira. Muitos dos caçadores de ouro foram então para o Rio de Janeiro.

Neste mesmo ano Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri com o objetivo de solucionar os conflitos nas “fronteiras de guerra” com o mundo hispânico. Devido ao tratado, a Coroa portuguesa entregou à espanhola as terras da margem ocidental do Rio da Prata e recebeu em troca a região Amazônica, além de Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul.

Para reestruturar a colônia, Marques de Pombal, secretário de Estado do reino, priorizou algumas ações para a centralização do poder. Promoveu a urbanização e o controle das fronteiras, estimulou a agricultura e, em 1762, transferiu a capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro, o que proporcionava um maior controle das rotas comerciais. Mas em 1785 a então rainha de Portugal, D. Maria, afastou Pombal e proibiu qualquer tipo de indústria no Brasil.

Assim, em 1789 começaram a crescer os apelos pela Independência do Brasil. Tiradentes e outros 11 conspiradores indignados criaram a Inconfidência Mineira. Todos os 12 foram presos, e Tiradentes foi enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro em 1792. Sua cabeça ficou exposta em Ouro Preto e sua casa foi destruída. Tornou-se um símbolo nacional de resistência e, mais tarde, teve um museu construído em sua homenagem em Ouro Preto.

Resumão:

Descobrimento do Brasil e Inicio da Colonização

A Conquista do Brasil

- 22 de abril 1500: frota portuguesa de Cabral chega a Porto Seguro na Bahia.
- 1° contato com os índios : troca de sorrisos e presentes
- A 1ª Missa no Brasil rezada no Brasil

As nações indígenas em 1500

- tupi-guarani, Jê, aruaque, caríba, charrua, pano, tucano e outros
- tupinambas: eram canibais
- Exploração, violência, escravidão (contra o índio)

A Exploração do pau-brasil


- a mão-de-obra indígena
- trabalho por quinquilharias = escambo
- venda da tinta na Europa = lucros para Portugal

A colonização necessária

- ameaça de invasões estrangeiras (piratas holandeses, ingleses e franceses ameaçavam
o litoral)
- o sistema de Capitanias Hereditárias: fracasso

O Açúcar

- alto valor na Europa
- mão-de-obra escrava africana
- O Engenho de Açúcar

Casa-Grande e Senzala

- Casa-Grande : habitação do senhor de engenho e sua família
- Centro do poder / Sociedade patriarcal
- Senzala : habitação do escravo
- Péssimas condições

A Vida do escravo

- Muito trabalho sem remuneração
- Castigos físicos e tratamento desumano
- Preconceito
- Fugas, revoltas e formação dos quilombos
- Quilombo dos Palmares – líder Zumbi


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3 Responses to "Descobrimento e Início da Colonização"

  1. muito bom esse blog, esta me ajudando. É legal tambem depois de ver esse material, pesquisar em outros livros para fixar o conhecimento.
    Obrigada

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  2. esse resumão no fim do assunto ficou muito bom!! ajuda a fixar o assunto..

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