Conflitos mundiais recentes
Bolívia
A Bolívia é um dos países mais politicamente instáveis da América Latina, tendo enfrentado, até hoje, 193 golpes de Estado. Desde o início de seu mandato, o governo do presidente Juan Evo Morales Ayma (do partido Movimento ao Socialismo) impôs grandes perdas aos departamentos (estados) mais ricos do país, principalmente ao promulgar uma lei que federalizou a receita advinda da exploração das reservas de gás. Em 2008, em um processo de crescente tensão política, os departamentos de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando (que, juntos, possuem mais de 80% das reservas de gás do país) passaram a exigir maior autonomia em relação ao governo federal, defendendo mudanças na distribuição dos impostos e na escolha de seus governadores. A crise se intensificou em consequência de três fatores: (a) interferência do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em favor de Evo Morales; (b) acusações do governo boliviano contra os EUA, alegando que os separatistas recebiam apoio da diplomacia norte-americana (o embaixador norte-americano chegou a ser expulso do país); e (c) realização de referendos (sem apoio legal), nos departamentos citados acima, com o objetivo de aprovar constituições autonomistas. Depois de embates violentos em algumas províncias - o país esteve à beira de uma guerra civil -, opositores e governo concordaram em iniciar conversações, graças, em grande parte, à interferência da diplomacia brasileira. A tentativa de intermediação brasileira se deveu, principalmente, a três questões: (a) evitar um clima de instabilidade que causaria reflexos na fronteira da Bolívia com os estados do Acre e de Rondônia, inclusive com a entrada de refugiados bolivianos no Brasil; (b) há quase 15 mil cidadãos brasileiros vivendo em solo boliviano; e (c) impedir que o clima de violência comprometesse o fornecimento de gás ao Brasil.
Uma nova Constituição foi aprovada na Bolívia, mas o país segue com graves divisões internas.
Colômbia, Equador e Venezuela
Em 1º de março de 2008, tropas da Colômbia atacaram um acampamento do movimento guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em uma região de fronteira, mas dentro do território do Equador. Durante o ataque, mataram um dos principais líderes das FARC, Raúl Reyes, e mais 16 guerrilheiros. Em um primeiro momento, o presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou estar informado do ataque. Logo depois, contudo, declarou que o exército colombiano havia entrado no Equador sem sua autorização, rompeu relações diplomáticas com a Colômbia e enviou mais de 3 mil soldados à fronteira. A mudança de comportamento de Correa aparentemente ocorreu sob influência do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Este já se encontrava em crise com o governo colombiano, desde que havia sido afastado das negociações que a Colômbia mantinha com as FARC, com o intuito de firmar um acordo humanitário para libertação dos reféns mantidos há anos pelos guerrilheiros. Ao ser informado da morte dos guerrilheiros, Chávez proferiu severas críticas ao presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e mobilizou dez batalhões do exército na fronteira com esse país. A crise se acirrou no dia 4 de março, quando a Colômbia anunciou ter descoberto, nos computadores dos guerrilheiros mortos, provas de que o Equador e a Venezuela mantêm vínculos estreitos com as FARC. Segundo o diretor da Polícia da Colômbia, Óscar Naranjo, os documentos provariam: (a) que a Venezuela, além de fornecer armas às FARC, já contribuíra com cerca de 300 milhões de dólares para ajudar os guerrilheiros; e (b) que o ministro da Segurança Interna e Externa do Equador, Gustavo Larrea, havia demonstrado interesse em oficializar as relações com as FARC. Em meio a um clima de acusações e de iminência de guerra entre os países, Álvaro Uribe declarou que não enviaria tropas às fronteiras do Equador e da Venezuela, mas que apresentaria as provas encontradas à Organização dos Estados Americanos (OEA) e à ONU,
reiterando que os documentos encontrados com os guerrilheiros "violam a normalidade internacional na sua proibição aos países de proteger terroristas". Em julho de 2009, o Exército colombiano apreendeu uma série de lança-foguetes produzidos na Suécia em um dos acampamentos das FARC. Consultada, a Suécia confirmou que os números de série das armas correspondem a um lote vendido pela empresa Saab Bofors Dynamics ao Exército da Venezuela. O fato, que fere todos os acordos internacionais, provocou uma nova crise entre os países.
Rússia e Geórgia
A guerra entre a Rússia e a Geórgia, em agosto de 2008, ocorreu em função do projeto separatista da Ossétia do Sul e da Abkházia, mas está relacionada a problemas que datam da dissolução da União Soviética. Antes do colapso do regime socialista, a região da Ossétia do Sul havia declarado autonomia em relação à República Socialista Soviética da Geórgia, aproximando-se da Rússia, que dominava a União Soviética. Com a dissolução da URSS, em 1991, a Geórgia tornou-se uma república independente. A Ossétia do Sul procurou seguir pelo mesmo caminho, proclamando sua independência em relação à Geórgia. Disso resultou uma guerra entre a Geórgia e a Ossétia do Sul que se estendeu até 1992. A Rússia intermediou a paz entre as duas. A atuação russa, porém, estava condicionada por seus próprios interesses: transformar em área de influência russa tanto a Ossétia do Sul quanto a própria Geórgia. A Geórgia, contudo, caminhava no sentido contrário às ambições russas, particularmente a partir de 2004, com a eleição do presidente Mikhail Saakashvili, que tentou levar o país à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), além de se aproximar dos Estados Unidos, de modo a escapar ao poderio russo. Em 2008, a Ossétia do Sul retomou suas pretensões separatistas. Ao mesmo tempo, a tentativa georgiana de entrar para a Otan fez com que a Rússia apoiasse a independência da Ossétia do Sul.
A reação da Geórgia foi atacar a Ossétia com artilharia e foguetes. A Rússia, então, entrou na guerra. O conflito entre os países durou alguns dias, até que os russos aceitaram o cessar-fogo negociado pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy. O clima de tensão, contudo, permanece.
Israel e a faixa de Gaza
Na passagem de 2008 para 2009 as Forças de Defesa de Israel iniciaram uma ofensiva contra a faixa de Gaza, território palestino dominado pelo grupo radical islâmico Hamas. O objetivo da operação era eliminar a capacidade do Hamas de atacar as cidades israelenses próximas à fronteira. Os bombardeios começaram oito dias depois do fim de uma trégua de seis meses mediada pelo Egito, que não foi renovada em meio a acusações mútuas de desrespeito aos termos do acordo. Na verdade, nenhum dos dois lados cumpriu o acordo: foguetes continuaram a ser lançados de Gaza, atacando cidades de Israel - e Israel não liberou o fluxo de mercadorias para a região, sob bloqueio econômico e físico israelense desde meados de 2007. Na verdade, o cenário foi agravado quando o Hamas derrotou o Fatah - partido do líder Yasser Arafat, morto em 2004 - nas eleições palestinas em 2006. Diferente do rival, o Hamas não reconhece o Estado de Israel e não aceita os acordos já firmados do país com a ANP (Autoridade Nacional Palestina). A ofensiva de Israel sobre a faixa de Gaza durou 22 dias, provocando centenas de mortes.
China e Tibete
O isolamento provocado pela altitude favoreceu o surgimento, no Tibete, de uma civilização característica: no século 7, o país se converteu num reino lamaísta, seita local do budismo, que definiria o caráter teocrático da estrutura política e econômica do Estado tibetano. Depois de várias turbulências políticas, o Tibete foi um país independente de 1911 a 1950, quando foi anexado à China comunista. De lá para cá, manifestações do povo tibetano contra o domínio chinês se repetem esporadicamente. Em 1959 ocorreu um grande levante, violentamente reprimido. Em agosto de 2008, o movimento nacionalista do Tibete voltou a protestar contra o domínio da China sobre a região. Os primeiros protestos surgiram logo após a prisão de monges tibetanos que organizaram uma passeata para marcar os 49 anos do grande levante contra o governo chinês. Em seguida, milhares de pessoas também foram às ruas, reivindicando a independência. Segundo observadores internacionais, o governo chinês reprimiu violentamente as manifestações, provocando mais de 120 mortes.
Potências emergentes
A sigla Bric dá nome a um grupo formado por países considerados, nos últimos anos, como potências econômicas emergentes: Brasil, Rússia, Índia e China. Entre 2008 e 2009, frente à crise econômica mundial, a importância do grupo ultrapassou a área econômica, e a presença desses quatro países tornou-se indispensável em todas as discussões políticas. O termo Bric foi concebido, em 2001, por uma equipe de pesquisadores do banco americano Goldman Sachs, que elaborou um estudo sobre estimativas de evolução dos mercados, da produção e da demografia na ordem econômica mundial. Segundo esse estudo, no decorrer das próximas décadas, Brasil, Rússia, Índia e China deverão ascender ao topo do ranking das maiores economias do planeta, desbancando potências como o Japão e Alemanha. Dentre as consequências dessa evolução, devemos salientar a afluência de uma massa de novos consumidores. Segundo o Goldman Sachs, entre 2005 e 2015, os rendimentos de cerca de 800 milhões de pessoas (nos quatro países) poderão cruzar a marca de 3.000 dólares anuais, a linha divisória para o patamar de consumo de classe média. Considerando-se que há hoje no mundo cerca de 2 bilhões de pessoas nessa faixa de renda, o Bric pode fazer o mercado consumidor global crescer quase 50% em apenas dez anos. Incluir quase 1 bilhão de novos consumidores no mercado certamente causará um impacto sem precedentes sobre a demanda de bens e serviços. Dessa forma, o consumo de aço dos
quatro países, que em 2006 era de 143 milhões de toneladas, deve atingir 450 milhões até 2010. O de petróleo deve crescer de 15 milhões para 20 milhões de barris diários. Em 2006, 700 milhões de pessoas tinham acesso à telefonia móvel nos Bric - até 2011 serão quase 2 bilhões. A força dos Bric provém, em grande parte, da enorme fatia da população mundial existente nos quatro países, onde vivem 2,7 bilhões de habitantes, o equivalente a 40% da humanidade.
Brasil
O Brasil é um dos países que mais ganha com o aumento do intercâmbio com os outros Bric, participando de modo crescente como fornecedor de alimentos e de matérias-primas. Nos últimos anos, por exemplo, as exportações do agronegócio brasileiro para a China, lideradas por soja e carne de porco, cresceram 450%. O Brasil, contudo, é considerado uma incógnita pelos analistas econômicos, especialmente quanto à sua capacidade para lidar com seus três principais problemas: carga tributária pesada, infraestrutura precária e educação deficiente.
Terceira Revolução Industrial
Primeiro, é preciso lembrar as duas revoluções anteriores.
Primeira Revolução Industrial
A energia a vapor passa a ser utilizada na extração de minério, na indústria têxtil e na fabricação de grande variedade de bens, antes feitos à mão. Surge o telégrafo. O navio a vapor substitui a escuna e a locomotiva a vapor substitui os vagões puxados a cavalo, melhorando o processo de transporte de matéria-prima e de produtos manufaturados. O trabalho físico começa a ser transformado em força mecânica. Surgem novas profissões. As fábricas e as mercadorias se diversificam. Os centros urbanos crescem, muitas vezes em ritmo acelerado, e a mecanização chega ao campo, à agricultura. As ferrovias e os navios a vapor ampliam a circulação não só de mercadorias, mas também de pessoas. Em decorrência da necessidade crescente de matéria-prima, povos menos desenvolvidos são explorados, sobretudo na África.
Segunda Revolução Industrial
O petróleo passa a competir com o carvão. A eletricidade também se impõe como fonte de energia indispensável, operando motores e linhas de produção, além de iluminar as cidades. O processo de industrialização promove o desenvolvimento do capitalismo. Surge o automóvel, o telefone, o rádio, o avião e, finalmente, o televisor. Cada vez mais, a carga da atividade econômica passa do homem para a máquina. A crescente industrialização dos países europeus promove a disputa por novos mercados consumidores e novos fornecedores de matéria-prima, provocando a partilha da África e, dentre outras causas, a Primeira e Segunda Guerras Mundiais.
Terceira Revolução Industrial
Num primeiro momento, o sistema de produção em massa, disseminado a partir da indústria automobilística, permanece como padrão em todo o mundo. Ao mesmo tempo, contudo, o processo de produção japonês - a chamada produção enxuta ou Toyotismo - ganha cada vez mais espaço. Evitando os altos custos da produção artesanal e a inflexibilidade da produção em massa, os japoneses reúnem equipes de operários com várias habilidades para trabalharem ao lado de máquinas automatizadas, produzindo enorme quantidade de bens, mas com variedade de escolha. O sistema de hierarquia gerencial e as chamadas linhas de produção são substituídos por equipes multiqualificadas que trabalham em conjunto, o que diminui significativamente o esforço humano e os custos. A tecnologia se refina, aprimorando antigas invenções, criando novas ou estabelecendo conexões inusitadas entre os diferentes ramos da ciência. A informática produz computadores e softwares; a microeletrônica, chips, transistores e inúmeros produtos eletrônicos. Surge a robótica. As telecomunicações, utilizando os satélites, viabilizam transmissões de rádio e televisão em tempo real. A telefonia - fixa e móvel -, conjugada à Internet, transforma a comunicação em um processo instantâneo. A indústria aeroespacial fabrica satélites e leva homens e robôs a novas fronteiras no espaço. Medicamentos, plantas e animais são transformados pela biotecnologia.
Todas essas inovações são introduzidas no processo produtivo, criando máquinas capazes de realizar não apenas o serviço pesado, mas tarefas sutis e que exigem cálculos complexos e grande precisão. Computadores e robôs, unidos, extraem matéria-prima, manufaturam, distribuem o produto final e realizam serviços gerais. As novas tecnologias eliminam, gradativamente, a necessidade de antigos materiais (como o papel, por exemplo), aceleram a transmissão de informações e estimulam, em graus nunca antes vistos, o fluxo de atividade em cada nível da sociedade. A compressão de tempo passa a exigir respostas e decisões mais rápidas. O tempo e o conhecimento tornam-se mercadorias. As empresas passam a substituir a mão de obra humana por máquinas e computadores. Postos de trabalho são eliminados e, em diferentes ramos da economia, o trabalhador tradicional desaparece.
Problemas ambientais
Os problemas ambientais são consequência direta da intervenção humana nos diferentes ecossistemas da Terra, causando desequilíbrios no meio ambiente e comprometendo a qualidade de vida. A seguir, veremos os principais problemas que ocorrem na atualidade:
Chuva ácida
A chuva ácida é provocada pela produção de gases lançados na atmosfera. Há agentes naturais que fazem isso, como, por exemplo, os vulcões. A atividade humana, contudo, é a principal causadora do fenômeno. Indústrias, usinas termoelétricas e veículos de transporte (que utilizam combustíveis fósseis) produzem subprodutos que se agregam ao oxigênio da atmosfera e que, ao serem dissolvidos na chuva, caem no solo sob a forma de chuva ácida. Devemos lembrar, contudo, que os poluentes, carregados pelos ventos, podem viajar milhares de quilômetros, provocando chuvas ácidas em locais muito distantes das fontes poluidoras. A chuva ácida, ao atingir o solo, empobrece a vegetação natural e as plantações. Também afeta a fauna e a flora de rios e lagoas, prejudicando a pesca.
Algumas medidas podem atenuar a formação de chuva ácida: economia de energia, uso de transporte coletivo, criação e uso de fontes de energia menos poluentes, utilização de combustíveis com baixo teor de enxofre, etc.
Desmatamento
O desmatamento é uma das intervenções humanas que mais prejudicam o planeta. Pode causar sérios danos ao clima, à biodiversidade e às pessoas. Desmatar prejudica os ecossistemas e leva à extinção de centenas de espécies. Árvores são grandes absorvedoras de dióxido de carbono, um dos gases causadores do efeito estufa (ver abaixo). Portanto, quando o homem derruba florestas, também intensifica o problema do aquecimento global (ver abaixo). Dentre outras consequências, o desmatamento provoca degradação do solo, aumento da desertificação e erosões, muitas vezes comprometendo os sistemas hidrográficos. As políticas de reflorestamento, muito comentadas nos dias atuais, são apenas soluções parciais, pois, ainda que ajudem a conter o aquecimento global, dificilmente conseguirão recuperar a biodiversidade das regiões afetadas.
Efeito estufa
O efeito estufa é um mecanismo atmosférico natural que mantém o planeta aquecido nos limites de temperatura necessários à preservação da vida. Se não houvesse a proteção do efeito estufa, os raios solares que aquecem o planeta seriam refletidos para o espaço e a Terra apresentaria temperaturas médias abaixo de -10oC. O efeito estufa ocorre quando uma parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera, entre os quais o gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O). Ocorre que, com a queima de florestas e a exagerada utilização de combustíveis fósseis,
grandes quantidades de CO2 têm sido lançadas na atmosfera. A emissão desenfreada desse e de outros gases acentua o efeito estufa, a ponto de não permitir que a radiação solar, depois de refletida na Terra, volte para o espaço. Isso bloqueia o calor, aumentando a temperatura do planeta e provocando o aquecimento global (ver abaixo). Para se discutir o problema e encontrar soluções, várias reuniões internacionais têm sido realizadas. O principal documento aprovado até agora é o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, que estabelece metas de redução dos gases para diferentes países.
Aquecimento global Trata-se do aumento da temperatura média da superfície terrestre. Alguns cientistas acreditam que, em breve, as temperaturas médias poderão estar entre 1,4oC e 5,8oC mais altas, quando comparadas às temperaturas de 1990. Segundo alguns pesquisadores, o aquecimento global ocorre em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente os derivados da queima de combustíveis fósseis. Esses gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes de difícil dispersão, provocando o efeito estufa. Entre as principais consequências do aquecimento global, os cientistas apontam: a) aumento do nível dos oceanos, provocado pelo derretimento das calotas polares, o que pode provocar, no futuro, a submersão de cidades litorâneas; b) desertificação: o aumento da temperatura somado ao desmatamento provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando os ecossistemas e, muitas vezes, criando desertos; c) ampliação do número de furacões, tufões e ciclones (a maior evaporação das águas dos oceanos potencializa esses fenômenos); e d) surgimento de violentas ondas de calor, o que pode provocar a morte de idosos, crianças e várias espécies de animais.
Buraco na camada de ozônio
O gás ozônio envolve a Terra na forma de uma frágil camada que protege a vida da ação dos raios ultravioleta (emitidos pelo Sol). Os raios ultravioleta causam mutações nos seres vivos, modificando as moléculas de DNA. Em seres humanos, o excesso de ultravioleta pode causar câncer de pele e afetar o sistema imunológico. Nos últimos anos, contudo, cientistas detectaram um "buraco" na camada de ozônio, exatamente sobre a Antártida, o que deixa sem proteção uma área de cerca de 30 milhões de km2. Pesquisadores acreditam que o gás clorofluorcarbono (CFC) é o principal responsável pela destruição da camada de ozônio. Esse gás é utilizado em aparelhos de refrigeração, sprays e na produção de materiais como, por exemplo, o isopor. Ao chegar à atmosfera, o CFC entra em contato com grande quantidade de raios ultravioleta, que quebram as moléculas de CFC e liberam cloro. Este, por sua vez, rompe as moléculas de ozônio (O3), formando monóxido de cloro (ClO) e oxigênio (O2). Ocorre que esses dois gases não são eficientes para proteger a Terra dos raios ultravioleta. Em 1985, vários países assinaram a Convenção de Viena - e, dois anos depois, o Protocolo de Montreal -, se comprometendo a diminuir a produção de CFC.
Desmatamento da Amazônia
Situação atual
Embora a maior parte da Amazônia permaneça intacta, a taxa de desmatamento é preocupante, principalmente nas regiões sul e leste da floresta. Dados oficiais mostram que o índice de desmatamento representa uma perda anual que equivale ao tamanho da Bélgica. E segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tomando por base levantamentos feitos por satélite, a Amazônia perdeu, até 2007, cerca de 700 mil km2 de floresta, ou seja, 18% da região.
Causas
Os incentivos fiscais para a agricultura, nas décadas de 1970 e 1980, foram grandes responsáveis pelo desmatamento. Entre o final da década de 1980 e início da de 1990, a formação de pastagens para produção de carne bovina e o avanço das plantações de soja ganharam preponderância no desmatamento, feito, principalmente, por proprietários de médias e grandes fazendas. As facilidades de crédito - oferecidas por bancos da região para os setores de pecuária e agricultura - somadas aos investimentos do governo em infraestrutura contribuíram ainda mais para o desmatamento nos últimos tempos. Outro importante fator é a extração de madeira. Atualmente, há mais de 3 mil empresas cortando árvores na Amazônia. Na verdade, o desenvolvimento da infraestrutura acelera a migração para áreas distantes e aumenta o desmatamento de propriedades. As estradas para retirada de madeira precedem e/ou acompanham as rodovias, fazendo com que novas regiões se tornem acessíveis para o investimento dos lucros do comércio da madeira, que ocorre nas áreas de soja e gado. Finalmente, não podemos nos esquecer das queimadas. O fogo, utilizado para queimar a mata
e dar lugar às lavouras e aos pastos, leva consigo árvores centenárias e destrói o habitat de inúmeras espécies animais e vegetais, consumindo também a riqueza natural do solo.
Consequências • Erosão, exaustão dos nutrientes e compactação do solo: ao contrário do que pensa o senso comum, o desmatamento faz a produtividade agrícola diminuir, pois deteriora a qualidade do solo. A adição de adubos e nutrientes pode conter a degradação, mas de maneira limitada. • Diminuição das opções de manejo florestal sustentável, tanto no que se refere aos recursos madeireiros quanto aos farmacológicos e genéticos. • Quando a floresta se transforma em pastagem, as chuvas nas áreas desmatadas escoam rapidamente, levando consigo nutrientes e interrompendo os padrões regulares das cheias dos rios, importantes para o funcionamento do ecossistema e para a agricultura de várzea. • Os incêndios florestais emitem gases de efeito estufa. Um grande incêndio na floresta pode liberar, através de combustão, toneladas de carbono equivalente ao carbono de CO2. As emissões de gás carbônico na atmosfera contribuem para o aumento da temperatura do planeta e afetam diretamente o clima e o ecossistema da região. • A perda de partes importantes da floresta empobrece a biodiversidade da Terra.
Como impedir o desmatamento?
O combate ao desmatamento da Amazônia é prioridade para o governo e também para inúmeras organizações internacionais. O monitoramento e a repressão (através do controle de licenças, da crescente fiscalização do Ibama e de multas) são, atualmente, as estratégias principais para conter o desmatamento.
A fiscalização e a arrecadação de multas devem ser acompanhadas, contudo, pela compreensão dos aspectos sociais, econômicos e políticos da região. E, também, pela contínua educação das comunidades. Ao mesmo tempo, faz-se necessário encontrar formas de explorar a floresta de maneira sustentável.
Globalização
Damos o nome de globalização ao crescente processo de integração dos mercados, dos transportes, dos meios de comunicação e das culturas.
Início
Apesar de ser um tema do qual pouco se falava há alguns anos, a globalização começou, na verdade, há muito tempo, no período das grandes descobertas e da expansão mercantilista, quando o comércio passou a viver uma fase de internacionalização, seguida, é claro, pela aproximação das diferentes culturas, antes isoladas. Os europeus se aventuraram em busca de novas rotas comerciais, criando feitorias na Ásia, na África e nas Américas, explorando comercialmente as regiões transformadas em colônias e estabelecendo, em alguns casos, verdadeiro monopólio sobre a produção. De lá para cá, esse processo teve altos e baixos, mas nunca se estagnou. À fase do expansionismo mercantilista seguiu-se o período do imperialismo colonial, de intensa industrialização. A Revolução Industrial e o aperfeiçoamento do capitalismo - que passa a viver uma fase financista, na qual bancos e indústrias confluem para o mesmo objetivo, ou seja, a busca de novos mercados e novas matérias-primas - levaram a crescente rivalidade entre as potências europeias, que lutavam para ampliar sua hegemonia no mundo. Para muitos estudiosos, esse movimento de expansão do colonialismo foi consequência dos processos revolucionários ocorridos na Inglaterra e na França; e, depois, das guerras napoleônicas.
Transformações políticas
Nesse novo período, o mundo passou por profundas transformações políticas: a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, que alteraram completamente o mapa do poder; as grandes revoluções comunistas (russa e chinesa); e, finalmente, a divisão do mundo entre capitalistas e comunistas. Quando, a partir da segunda metade do século 20, capitalismo e comunismo ainda lutavam pela hegemonia mundial, a URSS, a grande potência soviética, já dava sinais de esgotamento, causados, principalmente, por um sistema político engessado, cuja base era o controle absoluto e tirânico das populações, e por uma economia que, atrelada ao planejamento estatal, centralizado, não conseguia se renovar.
Globalização hoje O golpe de misericórdia sobre o mundo comunista veio com as reformas implantadas por Mikhail Gorbachev, que acabaram desencadeando transformações radicais em todo o Leste Europeu. Foi a vitória do neoliberalismo, das grandes corporações, das multinacionais que, impulsionadas pela conquista dos novos mercados que se abriam, não só expandiram seus negócios, mas buscaram baratear todo o processo produtivo, terceirizando serviços, fracionando a produção em diferentes nações ou apenas explorando mão-de-obra barata em países cujas leis trabalhistas eram frágeis. Essa nova economia necessitava de meios de comunicação ágeis e eficientes, de maneira que as transferências de capital, as decisões de investimento e a contratação de serviços não só colocassem em contato diferentes países, mas ocorressem em tempo real. A Internet e a telefonia móvel (celular) foram as respostas a tais necessidades. Contudo, ao mesmo tempo em que desaparecem os limites de tempo e espaço, bem como os limites culturais - nesse sentido, o inglês ganha, a cada dia, o papel de língua mundial -, e se amplia a convergência dos mercados, a economia mundial não dá conta de encontrar soluções para o abismo que existe entre países ricos (Hemisfério Norte) e pobres (Hemisfério Sul).
Um exemplo dessas dificuldades foi a recente crise dos alimentos, na qual inúmeros fatores - desenvolvimento global, aumento das populações, condições climáticas desfavoráveis, alta do preço do petróleo, etc. - provocaram escassez de produtos básicos nos países mais pobres, desencadeando inclusive revoltas populares. Hoje há, sem dúvida, maior intercâmbio, projetos de cooperação, discussões globais; e a diferença entre os níveis de riqueza dos países desenvolvidos e em desenvolvimento vem, gradativamente, diminuindo. Mas o mundo ainda está longe de encontrar soluções rápidas e definitivas para os desequilíbrios econômicos.
Energia é fator determinante no desenvolvimento da sociedade
Márcio Masatoshi Kondo* Especial para a Folha de S.Paulo
A idéia de um mundo sem eletricidade é inconcebível. A imagem de ambientes e pessoas iluminadas pela luz da lua, das estrelas e das velas tem, para nós, no ano 2000, um ar de estranha e romântica pobreza. Com o advento da revolução industrial, passamos a associar o controle da energia com progresso, prosperidade e bem-estar: sem energia, o mundo como o conhecemos não existiria. Sim, a energia é o fator determinante, e limitante, no desenvolvimento de uma sociedade. As matrizes energéticas mais usadas são -em ordem decrescente de importância: 1) no mundo: derivados de petróleo (34%), carvão mineral (31%), gás natural de petróleo, hidroelétrica, nuclear; 2) no Brasil: hidroelétrica (95%), derivados do petróleo (6%), carvão mineral, nuclear (Angra 1 e Angra 2). Não existe melhor fonte energética: você usa aquilo de que dispõe. Por exemplo, o Brasil possui a maior rede fluvial do mundo e, por extensão, a maior oferta de hidroeletricidade. Os países desenvolvidos têm potencial hidroelétrico mais baixo ou totalmente instalado e, por razões históricas, usam combustíveis fósseis. A preocupação maior está em saber por quanto tempo o mundo vai poder crescer considerando que os recursos energéticos são finitos. Os combustíveis fósseis não são renováveis, os recursos hidroelétricos estão mal distribuídos e não podem ser transportados por longas distâncias, e as demais fontes ou possuem uso restrito, ou ainda estão sendo pesquisadas, ou possuem valor de produção muito elevado.
O Brasil é um caso particular, pois, com apenas uma pequena parcela de seu potencial hidroelétrico instalado, corre o risco de "ficar no escuro". O centro-sul concentrou a maior parte das cidades, do parque industrial e do mercado consumidor do país, fazendo com que grandes usinas hidroelétricas fossem instaladas nas bacias da região, e o limite de oferta de energia foi atingido. A ameaça de blecaute poderá ser temporariamente afastada se o desperdício for reduzido, se as centrais nucleares estiverem totalmente operantes, se as usinas termoelétricas forem instaladas e se as usinas hidroelétricas tiverem sua capacidade de produção ampliada (aumento das chuvas nos reservatórios). Mas mais importante do que as medidas "emergenciais" é o uso racional da energia, a diversificação e a democratização da atividade econômica para que cada região possa criar uma política energética local de maneira plena e inteligente (energias solar e eólica no Nordeste, por exemplo).
Gêneros primários são a base da exportação da América Andina
Por Edilson Adão C. Silva Do Cursinho da Poli*
Atualizado em 10/12/2008, às 21h05 Uma região que tem estado no centro das atenções é a América Andina. Esta subdivisão regional sul-americana, encontra na Cordilheira dos Andes seu traço comum. Outra afinidade entre os seis países que a compõem (Venezuela / Colômbia / Equador / Peru / Chile / Bolívia) é a forte presença do elemento indígena. Também no âmbito econômico, os países apresentam traço comum: têm na exportação de gêneros primários importante fonte de capacitação de recursos. Instabilidade política Os países andinos vêm apresentando uma sucessão de instabilidades. Vejamos, resumidamente, algumas delas: Venezuela A ascensão política do populista Hugo Chavez extravasou as fronteiras venezuelanas. Apresentando-se como um dos ícones de resistência ao neoliberalismo, depois de uma perfeita manobra interna o presidente reelegeu-se para um mandato de mais seis anos e de imediato afrontou os Estados Unidos ao visitar o "abominado" Saddam Husseim, quebrando o gelo do embargo contra o Iraque; Colômbia O país segue convivendo com a fragmentação interna entre o governo, e duas formas paralelas de poder: as guerrilhas, de inspiração marxista (as FARC e o ELN), e o narcotráfico. Igualmente foco de atenção internacional, especialmente após o anúncio do
"Plano Colômbia", polêmico plano de combate às drogas patrocinado pelos Estados Unidos e que põem em alerta todo o sub-continente sul-americano; Além de acompanhar os acontecimentos geopolíticos na região o aluno deverá ter dimensão da estrutura do espaço econômico destes países. Assim, resumidamente, destacamos:
Venezuela: grande produtor de petróleo e membro fundador da OPEP;
Colômbia: maior exportador mundial de café. É claro que não se pode desprezar o setor informal conduzido pelo tráfico ilegal de coca, mas que absorve grande parte da população economicamente ativa;
Peru: tem na pesca e na extração de minérios (chumbo, cobre) a principal atividade econômica;
Equador: grande produtor e exportador de banana
Chile: maior produtor mundial de cobre, além de grande país pesqueiro e produtor de salitre. É o mais industrializado entre os países andinos;
Bolívia: destaque para a extração do estanho. Possui grandes riquezas de gás natural. Em breve estará fornecendo este combustível ao Brasil através do oleoduto Brasil-Bolívia.
Que bom que postaram isso!!Continuem postando .Obrigadaaaaaaaaaaa!!!!!
ResponderExcluirContinuem postando!!!!!!!
ResponderExcluirseu blog é otimo...
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