A Grécia Antiga


Nosso mundo de hoje tem muito a ver com os gregos antigos. Herdamos dos gregos, por exemplo, os conceitos de cidadania e democracia. Eles foram os criadores dos jogos olímpicos, da filosofia, dos fundamentos da ciência e do teatro. Dos povos da Antigüidade, foram os gregos que tiveram maior influência na formação da civilização ocidental.

A Grécia localiza-se na península Balcânica é formada por regiões montanhosas, de relevo acidentado, o que influenciou política e economicamente a vida dos antigos gregos. A sua posição geográfica favoreceu a ligação entre a Europa e o Oriente Próximo. As poucas planícies férteis dificultaram o desenvolvimento da agricultura, porém, o litoral recortado e extenso facilitou o desenvolvimento do comércio marítimo.

A península Balcânica era habitada por grupos de pastores seminômades, ospelágios ou pelasgos. Por volta do ano 2000 a.C., começou a ser ocupada por povos indo-europeus, vindos das planícies euro-asiáticas. Os primeiros foram osaqueus, depois os jônios, os eólios e dórios.

Período Homérico (século XII ao VII a.C.)

Este período é estudado principalmente com base em duas fontes escritas, aIlíada e a Odisséia, poemas atribuídos a Homero que contam a Guerra de Tróia e o regresso do herói Odisseu (Ulisses) à Grécia. Estas obras descrevem relatos verídicos e imaginários, que geram uma constante pesquisa para separar a ficção do fato, sem comprometer o valor simbólico das obras.

No período homérico, a sociedade grega estava dividida em genos. Os genoseram uma espécie de clã familiar, cujos membros descendiam de um antepassado em comum, e que cultivavam um deus protetor.

Cada geno era chefiado por um patriarca (o pater; membro mais velho do grupo), que concentrava o poder militar, político, religioso e jurídico.

A economia no genos era agrícola e pastoril, auto-suficiente, ou seja, toda a família morava em uma grande propriedade e a terra era explorada coletivamente.

No final do Período Homérico, o crescimento populacional, a falta de terras produtivas e conseqüentemente de alimentos gerou conflitos violentos no interior dos genos. Decidiram dividir as terras conforme o grau de parentesco, ou seja, quanto mais próximo do patriarca, maior e melhor era a herança territorial. Os mais afastados ficaram sem terras, trabalhando como escravos, no artesanato ou na terra para os grandes proprietários. Surge então, a propriedade privada e a sociedade de classes na Grécia.

Período Arcaico (século VIII ao VI a.C.)

Acrópole

O surgimento da pólis:

Com a desagregação dos genos, começaram a se formar as cidades-estados (as pólis). Os genos uniram-se, formando as frátrias, que se agruparam dando origem às tribos.

Em geral, as cidades-estados eram construídas nos lugares mais altos da região, tendo em seu centro a Acrópole, refúgio e santuário rodeado de muralhas.

Sua economia era auto-suficiente e cada cidade-estado era governada por um rei, o basileus, auxiliado por um conselho formado por representantes da aristocracia e uma assembléia popular composta pelos cidadãos, aqueles que tinham direitos políticos.

As principais cidades-estados foram Atenas, Esparta, Tebas, Corinto, Argos, Olímpia, Mégara e Mileto.

Apesar da autonomia das pólis, as cidades gregas mantinham certa unidade, baseada na língua, na religião e nas festas esportivas. Dentre as festas esportivas, destacam-se as Olimpíadas, realizadas a cada quatro anos, sendo proibidas as guerras entre as pólis durante sua realização, como homenagem ao deus Zeus.

Colonização Grega

A concentração do poder territorial nas mãos de poucos e a desigualdade social fez com que milhares de gregos, durante os séculos VII e VI a.C., fundassem colônias nas costas dos mares Mediterrâneo, Egeu e Negro.

Embora, as colônias gregas fossem independentes de suas cidades-estados de origem, mantinham com elas ligações comerciais e religiosas.

As principais colônias eram Bizâncio, Tarento, Síbaris, Crotona, Nápoles, Cuma,Siracusa, Agrigento, Nice, Marselha e Málaga.

Período Clássico (século VI ao IV a.C.)

Foi um período de grandes transformações, economicamente e culturalmente. Porém, de prolongadas guerras, como as Guerras Médicas (492-479 a.C.), e a Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.).

Guerras Médicas (ou greco-persas): o rei persa Dario e depois seu filhoXerxes tentaram conquistar as cidades gregas, mas enfrentaram dura resistência, sendo derrotados. Principais batalhas: Maratona (490 a.C.), Salamina(480 a.C.) e Platéia (479 a.C.).

Por causa do seu destaque na guerra contra os persas, Atenas tornou-se a mais importante cidade grega. Fundou a Liga de Delos, para proteger a Grécia contra possíveis ataques externos. Com o tempo, transformou-se no centro de um grande império comercial e marítimo. Muitas cidades começaram a se revoltar contra o imperialismo ateniense, entre elas a líder Esparta.

Guerra do Peloponeso: a luta entre Esparta e Atenas foi causada por diferenças de regime político, de economia, de tipo de força militar e de cultura.

Esparta fundou a Liga do Peloponeso e liderou um conjunto de cidades contra o domínio de Atenas. Depois de 27 anos de luta, Atenas foi derrotada e submeteu-se a Esparta. A vitória de Esparta significou a manutenção da fragmentação política da Grécia, e o domínio dessa cidade sobre o mundo grego por 30 anos.

Sob a liderança de Tebas, diversas cidades gregas revoltaram-se contra Esparta. Depois de vencer os espartanos, Tebas manteve a hegemonia entre os gregos de 371 a 362 a.C.

Período Helenístico (século IV ao I a.C.)

Aproveitando a decadência dos gregos, o rei Filipe da Macedônia conquistou a Grécia, na Batalha de Queronéia (338 a.C.).

Com a morte de Filipe, seu filho Alexandre assumiu o trono e deu prosseguimento à expansão militar dos macedônios.

Com a fusão entre a cultura oriental e a cultura grega, provocada pela política expansionista de Alexandre Magno, duas importantes filosofias surgiram nesta época: o estoicismo de Zenon, que pregava a resignação do homem frente a seu destino e a igualdade entre os seres humanos.

A outra corrente filosófica era o epicurismo, que valorizava o prazer intelectual e a serenidade da alma, estado que o homem atingia ao perder o medo do sobrenatural.

A ciência desenvolveu-se na astronomia, matemática e medicina.

Aristarco de Samos deduziu que a Terra e os outros planetas giram em torno do Sol.

Hiparco elaborou o mapa do céu mais perfeito da Antigüidade.

Euclides avançou na geometria.

Arquimedes foi um notável matemático.

Herófilo dissecava cadáveres e elaborou uma descrição minuciosa do cérebro.

Arte

No período helenístico, a arte preocupava-se com o luxo, a grandiosidade e dramaticidade. Na arquitetura, os exemplos mais evidentes destas preocupaçõeseram o Colosso de Rodes e o Farol de Alexandria.


Texto retirado de: http://www.historiamais.com/grecia.htm


Esparta e Atenas foram as mais notáveis e importantes polis do Período Arcaico, então é importante dar uma atenção a mais para essas duas polis!

ESPARTA

Esparta conheceu um desenvolvimento e uma organização absolutamente singulares em relação às demais “polis” gregas. Essa cidade estava localizada no centro da planície da Lacônia, no fértil vale do rio Eurotas. Nos tempos pré-gregos, aí se desenvolvera a civilização mecênica que, por volta de 1200 a.C., fora conquistadas pelos dórios. A partir da ocupação da Lacônia, os dórios, que deram origem aos espartanos, através de uma série de guerras, foram conquistando os territórios vizinhos, dentre os quais o mais importante foi a planície da Messênia. O imperialismo continental foi uma das características dominantes da história de Esparta. Essa cidade quase não participou do movimento colonizatório grego no Mediterrâneo por ocupar uma região fértil. Seu expansionismo limitou-se ao território da própria Grécia. Essa é uma singularidade de Esparta.

Segundo a tradição, a organização sócio-política e econômica de Esparta deve-se a uma “constituição”, que teria sido elaborada por um personagem semilendário chamado Licurgo.

Na verdade, a organização espartana não é devida à obra de um único indivíduo e nem foi estabelecida de uma só vez.; ela é resultado de reformas que foram realizadas desde a origem da polis até, mais ou menos, o século VI a.C., quando adquiriu sua feição definitiva.

Em seus moldes finais, a sociedade espartana estava estratificada da seguinte maneira:

Espartanos ou Espartíatas. Camada que agregava todos os indivíduos que possuíam direitos políticos;

provavelmente, os espartíatas eram os descendentes dos dórios que haviam conquistado a Lacônia e dado origem à polis de Esparta.

Hilotas

Camada constituída de escravos do Estado que descendiam, provavelmente, dos primitivos habitantes da Lacônia (aqueles que a ocupavam quando houve a invasão dos dórios).

Periecos

Camada composta de indivíduos livres que viviam sob a dominação política dos espartíatas e se dedicavam ao artesanato e à exploração de pequenas propriedades agrárias. Os periecos eram, provavelmente, descendentes dos povos que foram sendo vencidos por Esparta através de suas guerras.

Os espartíatas, além de serem os únicos a possuir direitos políticos, eram submetidos a um regime especial de vida: o homem espartíata era fundamentalmente um soldado e sua mulher era mãe de outros espartíatas.

Para que pudessem ser soldados, os espartíatas tinham sua manutenção, bem como a de suas famílias, assegurada pelo Estado. Cada espartíata, ao completar sua educação militar, recebia do Estado um lote de terra e uma ou mais famílias de hilotas que trabalhavam na terra e produziam o suficiente para a manutenção do espartíata, de sua mulher (também uma espartíata) e de seus filhos.

É interessante notar que a sociedade espartíata era absolutamente democrática (todos tinham exatamente os mesmos direitos), os meios de produção pertenciam ao Estado, ou seja, não havia propriedade privada dos meios de produção entre os espartíatas .

Os hilotas, como já dissemos, pertenciam ao Estado e eram cedidos aos espartíatas para serem utilizados exclusivamente pelos cidadãos, sendo que seu trabalho era basicamente aproveitado no trato da terra.

Os periecos, como homens livres , podiam possuir suas próprias terras ou seus próprios meios de trabalho e sobrevivência. Eram obrigados a pagar tributos para o Estado e a prestar serviço militar, quando convocados.

A organização política de Esparta também era singular, em relação às demais existentes na Grécia.

O poder político espartano era exercido nos seguinte termos:

A Diarquia era constituída por dois reis que representavam as duas famílias mais importantes de

Esparta (os Europôntidas e os Agíadas) e que exerciam funções religiosas e militares.


A Gerúsia era uma assembléia formada por vinte e oito anciões, recrutados dentre as famílias mais tradicionais, e mais os dois reis; a Gerúsia funcionava como um tribunal julgando os infratores da lei.


A Apella era a assembléia de todos os cidadãos; suas funções eram praticamente ilimitadas; era o

órgão que tomava todas as decisões em última instância.

O Eforado, ou Conselho dos Cinco Éforos, principal órgão executivo do governo, era formado por cinco cidadãos, eleitos anualmente pela Apella, que deviam fiscalizar a observação da Constituição e das leis.

Nos parâmetros dessa organização política, o que verificamos de fato é que os cinco éforos eram os reais detentores do poder e, exatamente por isso, eram trocados todos os anos para que não houvesse a possibilidade de um indivíduo ou um grupo de indivíduos monopolizar o poder em caráter permanente.


ATENAS

Atenas desenvolveu-se como sendo o centro político e econômico da planície da Ática; esta região se comunica mais facilmente com o mar do que com o interior do continente, em função de seu relevo.

A Ática apresentava um solo relativamente fértil, um boa reserva florestal que fornecia, abundantemente, madeira para a construção naval, grandes reservas de prata e chumbo, muita argila e grandes pedreiras de calcário e mármore. Dentre os recursos naturais disponíveis o ferro era o material mais escasso.

Primitivamente, desenvolveram-se diversas comunidades na planície da Ática, que foram progressivamente sendo unificadas em torno de um centro político instalado na Acrópole de Atenas. Tal processo foi gradual e pacífico e recebeu o nome de sinecismo; esse, levou à instalação de uma monarquia.

O fortalecimento da aristocracia, formada por grandes proprietários de terra, fez com que a monarquia se transformasse, progressivamente, numa oligarquia aristocrática. Tal evolução aconteceu pacificamente, através do esvaziamento das funções do Basileu, que aos poucos tornou-se apenas um chefe religioso.

Simultaneamente, foram surgindo outras magistraturas: o Polemarca, a quem competia a chefia militar; o Arconte, responsável pela administração e os seis Tesmotetas , que eram os juízes e guardiões da lei.Os magistrados eram eleitos anualmente pela Eclésia, assembléia de todos os cidadãos. Havia ainda o Areópago, conselho formado exclusivamente por elementos recrutados dentre a aristocracia, os componentes desse grupo cooperavam com os magistrados na direção da polis.

Com a configuração política da oligarquia, verificamos o surgimento de uma nova estratificação social que, ao invés de ser baseada em critérios de nascimento, sustentava-se por critérios determinados a partir das rendas e propriedades dos indivíduos. Essa estratificação ampliou o número de cidadãos e tornou possível aumentar os efetivos militares, e conseqüentemente, o poderio do Estado.

O crescimento demográfico, aliado a outros fatores já mencionados, fez com que Atenas empreendesse tenazmente uma ação colonizatória no Mediterrâneo. Tal feito impulsionou as atividades mercantis e fortaleceu as camadas urbanas; ao mesmo tempo, as atividades agrárias conheciam uma radical transformação: o desenvolvimento da vinicultura e das oliveiras.

Um fato relevante é que ao lado da aristocracia, até então hegemônica em termos políticos, passa a existir uma camada social ligada às atividades mercantis (comércio e artesanato) , que conheceu um rápido processo de enriquecimento passando a reivindicar uma posição mais atuante no aparelho do Estado.

O processo de desenvolvimento mercantil foi acompanhado por uma crise agrária que atingiu,

fundamentalmente, os pequenos proprietários que se viam empobrecidos e mesmo escravizados por dívidas. Em síntese, havia uma crescente insatisfação popular que pôde ser utilizada pelas camadas mercantis como instrumento de pressão para a realização de transformações políticas.

As primeiras manifestações para a transformação política ocorreram de forma pacífica. A própria estrutura oligárquica, pressionada pelos setores urbanos e populares, formou legisladores encarregados de reformas que aplacassem a tensão sócio-política e permitissem a continuidade do dominío aristocrático. Dracon,o primeiro legislador, em 621 a.C., elaborou as primeiras leis escritas de Atenas; as leis draconianas caracterizaram-se por sua excessiva severidade. Essas regras não chegaram até os documentos escritos; sendo assim, tal legislação não teve seu caráter efetivamente demonstrado. Mais tarde, a simples existência de leis escritas coibiu a arbitrariedade com o qual os juízes (aristocratas) julgavam os não-aristocratas.

Pouco após a elaboração das leis draconianas, um segundo legislado, foi constituído: Sólon. Em 594 a.C., Sólon elaborou profunda reformas nas leis de Dracon.

ATENAS

Os principais aspectos das reformas de Sólon foram:

l amenização da severidade das leis draconianas;

l fim da escravidão por dívidas;

l devolução das terras que haviam sido tomadas pelos credores dos seus proprietários originais;

l estabelecimento de um tamanho limite para as propriedades agrárias;

l admissão dos tetas (trabalhadores livres não-proprietários de terra) na Eclésia;

l criação do Heliaea (tribunal de justiça do qual todos os cidadãos podiam participar);

l as magistraturas passaram a ser exercidas por todos os cidadãos.

Vale a pena destacar o fato de que, em Atenas, eram cidadãos apenas os homens livres não-estrangeiros; sendo assim, os estrangeiros e os escravos não possuíam direitos civis.

Sólon fez com que todos os cidadãos pudessem exercer as magistraturas; entretanto, na prática,só os indivíduos mais ricos se ocupavam das funções dos magistrados (Basileu, Polemarco, Arconte e Tesmotetas), pois estas exigiam dedicação exclusiva sem remuneração.

As reformas de Sólon ampliaram a faixa de participação dos cidadãos ligados às atividades mercantis, atenderam parcialmente os interesses das camadas populares e aboliram a escravidão por dívidas. Só que essa mudanças não foram bem aceitas nem pela aristocracia e nem pelas camadas populares desejosas de reformas mais profundas do que as efetuadas , grande parte da insatisfação do povo estava ligada à estrutura da propriedade fundiária.Apesar desse descontentamento proveniente de diversas camadas sociais, não há como negar que após as reformas de Sólon, Atenas conheceu um período de relativa paz social; fato este que permitiu o desenvolvimento de uma política imperialista, cuja primeira manifestação concreta foi o conjunto de lutas contra Mégara acerca da posse de Salamino. Nessas batalhas, Pisístrato, grande general, foi importantissímo. Em 561 a.c, com ampla base de apoio popular, esse general tomou o poder em Atenas estabelecendo a Tirania , governo de um tirano. Na Grécia Antiga, tirano era o indivíduo que tomava o poder pela força das armas. Pisístrato exerceu a Tirania de 561 a 528 a.C., ou seja, da tomada do poder até sua morte. Com a instalação da Tirania, esse líder não extinguiu a estrutura político-administrativa estabelecida por Sólon, apenas superpôs uma nova e superior esfera de poder, ou seja, o tirano colocou-se acima da estrutura já existente.

Dentre as realizações de Pisístrato, estão:

-o enfraquecimento da aristocracia, através do confisco de parte substantiva de suas terras, e a

distribuição destas áreas para os cidadãos pobres;

- a montagem de uma poderosa frota naval, objetivando o estabelecimento da hegemonia ateniense no Mediterrâneo Oriental.

Com a morte de Pisístrato, seus filhos Hiparco e Hípias o sucederam no poder. Pouco após essa sucessão, uma conspiração aristocrática assassinou Hiparco, provocando a adoção de uma política intensamente repressiva por parte de Hípias. Tal forma de liderança causou uma progressiva perda das bases políticas de Hípias, fato que acabou criando as condições necessárias para um movimento insurrecional que derrubou a Tirania. Com o fim dessa forma de governo, o poder foi concentrado nas mãos de um novo legislador,

Clístenes, que realizou as reformas que conduziram Atenas à condição de uma Democracia. No início de seu governo, Clístenes sofreu uma intensa oposição da aristocracia, que se aliou a Esparta. Os espartanos chegaram a ocupar Atenas, mas logo foram expulsos; esse evento só contribuiu para o fortalecimento de Clístenes e de suas pretensões reformistas.

As reformas de Clístenes instalaram em Atenas uma nova sistemática política, cujas idéias fundamentais eram a igualdade política de todos os cidadãos e a participação direta dos mesmos na máquina governamental.

O principal aspecto de suas reformas foi a criação de uma nova estrutura de recrutamento para a

participação política. Os cidadãos foram distribuídos em demos (unidades organizacionais de caráter local às quais todos os cidadãos eram obrigados a pertencer formalmente).

O conjunto dos demos foi distribuído em três grupos:

o primeiro reunia os demos da cidade de Atenas (nos quais predominavam os indivíduos ligados às

atividades de comércio e artesanato, além dos trabalhadores urbanos);

o segundo reunia os demos do litoral (que agregavam os navegadores e pescadores);

o terceiro reunia os demos do interior (que agregavam os proprietários rurais grandes e pequenos).

Cada um desses grupos era dividido em dez Tritia (cada qual formada por vários demos). Três tritias (uma de cada grupo) formavam uma Tribo.

Essas dez tribos formavam a base para o recrutamento político e militar necessário. É importante saber que em cada tribo havia participação indistinta dos diversos estratos sociais.

Cada tribo fornecia uma unidade militar sob o comando de um Estratego , eleito pela própria tribo.

A Boulê ou Conselho dos Quinhentos, formada por cinqüenta elementos de cada tribo, passou a ser o principal órgão executivo do governo.

As funções legislativas foram integralmente concentradas nas mãos da Eclésia (assembléias de todos os cidadãos).

As funções judiciárias pertenciam ao Heliaea (tribunal formado por juízes eleitos anualmente, em número idêntico para cada tribo, pela Eclésia).

Com essas reformas, todos os cidadãos, independentemente de sua condição sócio-econômica, passaram a participar diretamente do exercício do poder político. Com isso, Atenas atingiu seu esplendor democrático. Só que o conceito de cidadania era restrito aos homens livres nascidos em Atenas; conseqüentemente, mulheres, escravos e estrangeiros não tinham acesso ao poder político; logo, a democracia ateniense não era o governo de todos, e sim o governo de todos os cidadãos. Ainda assim, as reformas realizadas por Clístenes reduziram muito os níveis de tensão social e contestação política existentes.





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