Memorial do Massacre da Praça da Paz Celestial no Second Life
PEQUIM, 4 de julho de 1989 – Estudantes se aglomeram na Praça da Paz Celestial, buscando liberdade política. O governo chinês, controlado pelo Partido Comunista, já havia proporcionado liberdade econômica, mesmo que sob pesadas regras, permitindo o livre comércio. Isso deu ao país crescimento acelerado, mas fez o governo apertar o cerco na política. Para encurtar: os governantes chineses queriam dinheiro, mas buscava se firmar ainda mais no poder. Nem que para isso passassem por cima da população. E foi isso que literalmente eles fizeram.
Foi Deng Xiaoping, e sua gangue, que teve essa idéia. Ao começarem a reformar a economia do país, atraíram as antipatias de dois grupos: dos intelectuais e estudantes, que queriam reformas políticas no estilo Glasnost juntamente com as econômicas, e dos trabalhadores, que viam nas reformas uma enxurrada de desemprego.
Os protestos começaram aos poucos. Os meios de comunicação não davam qualquer notícia sobre eles, para não espalharem aos outros a vontade de protesto. Mas os estudantes deram continuidade a eles, e logo as manifestações estavam espalhadas por todo o país. Os estudantes abandonaram os estudos e iniciaram uma greve de fome. Tudo culminou com a marcha de 100.000 estudantes para Pequim, no dia 4 de maio.
Diante desse quadro, o governo decidiu intervir com força militar. Duas divisões do Exército foram destacadas para se deslocar até a região, mas encontraram muita resistência da população, que faziam barricadas para impedir a entrada das tropas. Nesse momento de caos, se destacou mundialmente a figura de Wang Weilin (há controvérsias quanto ao nome), um estudante chinês, de 19 anos, que parou em frente a uma coluna de tanques, e terminou fuzilado dias depois, virando imagem-símbolo da resistência da população ao regime. Ao fim, os que protestavam se retiraram da praça, evitando um massacre ainda maior.
O número de mortos é incerto. Enquanto a Cruz Vermelha estima em 2.600 mortos, 2.000 feridos e 400 mortes entre militares, existem outros setores (como o governo americano)que dizem que não passam de 500…
…corta pra hoje, 20 anos depois. Os protestos não são em praças, mas virtuais. O governo chinês já não encontra oposição política e seu nível de paranóia sádica atinge até mesmo a população do Tibet, anexada a força após a Revolução Chinesa, e que é massacrada ao mínimo sinal de protesto. Vendo possíveis manifestações entre os seus, já bastante acostumados com o uso de tecnologia, o Partido Comunista decidiu impedir o acesso de sua população a sites que possam trazer qualquer lampejo de informação verdadeira.
Coloque nesse leque o YouTube (que já estava fechado desde maio, quando estava sendo usado por monges tibetanos para protestar), Flickr, Twitter, Google Reader, Ning, Bing, Blogger e o Wordpress. Ah, emails também, como o Hotmail e o Gmail. Sobrou até para TVs a cabo, como a CBS, a CNN e BBC. Blogs como o Huffington Post também entraram na lista de proibidos do governo. Mas os jovens chineses conseguem usar ferramentas para driblar o grande firewall, como VPNs e proxy’s.
Eles são os únicos? Não, mas os que fazem com mais afinco. “Comemorar” um massacre físico, com um massacre de liberdade da internet não é para muitos. E ainda tem gente que vê o futuro do mundo melhor, com uma possível dominação chinesa!
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