Pode-se classificar A viuvinha como um romance urbano. De qualquer modo, a tradição do costume é substituída pela crítica aos modos burgueses, sobretudo aqueles movidos pelo interesse que, no caso de Balzac, vira um personagem central: o dinheiro.
É a reificação, a busca do sucesso material como condição de mobilidade na vida da cidade, mas é também, ainda que de longe, a busca de um lugar ao sol social ainda com os valores do antigo regime, pelos méritos da ousadia, numa sociedade de desiguais.
Publicado em 1860, é um texto precursor do tema que em Senhora será definido e realizado por Alencar, com maior complexidade e poder de crítica.
Jorge da Silva, o herói, retira-se do mundo e aplica-se ao comércio, no afã de resgatar a firma e a honra do pai, por meio do trabalho monástico e da "ascese comercial", como bem define aquele crítico. Sua reclusão é um típico lugar-comum na construção do herói romântico, mas não exclusivamente por uma razão moral.
Enredo
Conta a história de Jorge e Carolina (o autor diz que esses não são os nomes verdadeiros). Eles são namorados e casam-se, mas no dia do casamento Almeida, antigo tutor de Jorge, revela-lhe que ele está falido e endividado. Ele finge suicídio e passa a se dedicar a recuperar a fortuna e o bom nome da família (usando o nome falso de Carlos) após uma viagem aos EUA. Ele o faz e depois retorna a Carolina (que havia, mesmo que sempre de luto, se tornado a sensação dos bailes), após um breve interlúdio de mistério para descobrir se Carolina ainda o queria (o mistério antecedendo a resolução é uma característica dos românticos).
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