Salário no setor público sobe mais que no privado

Os trabalhadores do setor privado estão perdendo a corrida para os funcionários públicos em termos de rendimentos. De dezembro de 2002 a fevereiro de 2009, o crescimento dos salários do setor privado, com e sem carteira, foi de apenas 8,7% em termos reais, ou seja, descontada a inflação de 43,3% no período. O aumento real da remuneração média dos servidores na ativa do Executivo Federal, no mesmo período, foi 8,5 vezes maior do que a do setor privado, atingindo 74,2%. O aumento real da remuneração na ativa do Legislativo chegou a 28,5%, e o do Judiciário foi de 79,3%.

Com isso, a diferença entre o rendimento médio do setor privado e do público, que já era grande, cresceu ainda mais no decorrer desta década. Em dezembro de 2002, a remuneração média do servidor federal na ativa do Executivo, de 2.680 reais (valor da época), era 3,6 vezes maior do que o rendimento médio de 740,90 reais do funcionário que trabalhava no setor privado. Em fevereiro de 2009, a ganho mensal médio no Executivo federal pulou para 6.691 reais, ou 5,8 vezes maior do que o rendimento médio do trabalhador contratado em uma empresa do setor privado, que era de 1.154 reais.

No mesmo período, no caso do Legislativo, que teve remuneração mensal média de 12.500 reais em fevereiro de 2009, o rendimento saltou de 9,2 para 10,9 vezes o do setor privado. Já no Judiciário, com remuneração média mensal de 16.800 reais em fevereiro, o salto foi de 8,8 para 14,6 vezes. O levantamento foi feito pelo economista político Alexandre Marinis, da Mosaico Consultoria. Ele usou médias salariais de 12 meses da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), para o setor privado, e o mesmo indicador do Boletim Estatístico do Ministério do Planejamento para os funcionários públicos.

Neste caso, ele utilizou a tabela de "Despesa Média com Servidores Federais da União por Poder". Além dos aumentos salariais, a aposentadoria de servidores de baixo rendimento e a contratação de funcionários de alta remuneração aumenta a média no setor público. Tanto no dado que Marinis tomou da PME como no do Boletim Estatístico, trata-se da média do rendimento bruto total, incluindo gratificações, adicionais e horas extras. No caso da PME, o dado refere-se à população de seis grandes regiões metropolitanas: São Paulo, Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife.

(Com Agência Estado)

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